Período em que cristãos tradicionalmente não comem carne vermelha aumenta a procura por peixes e ovos
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A quaresma é o período de 40 dias que antecede a Páscoa cristã, quando, tradicionalmente, fiéis da Igreja Católica e de algumas outras denominações cristãs optam por fazer jejuns como preparação para a festa que simboliza a ressurreição de Cristo. Um dos costumes mais observados no Brasil é a não ingestão de carne vermelha com a substituição por peixes às quartas-feiras e sextas-feiras.
Durante a data, é normal o aumento da demanda por peixes e frutos do mar e, com isso, o crescimento do preço desses produtos. Porém, neste ano, outra variável entrou em ação: a baixa oferta do peixe mais consumido no Brasil, a tilápia. Algumas das espécies que têm os maiores aumentos de preço, além da tilápia, são cação e bacalhau, bem como camarão e polvo.
Segundo um comunicado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produção ainda está sentindo os efeitos das frentes frias do ano passado. Isso ocorre porque o ciclo de produção da tilápia é longo, e os animais levam cerca de seis meses para alcançar o tamanho ideal para o abate. As frentes frias que atingiram o Sul e o Sudeste no ano passado causaram a mortalidade de muitos peixes jovens, atrasando o alojamento de alevinos e juvenis.
De acordo com o Cepea, a tilápia alcançou o maior patamar de preço desde que a média histórica começou a ser medida. Na região dos Grandes Lagos, no noroeste de São Paulo e na divisa com Mato Grosso do Sul, o quilo do peixe em fevereiro custou R$ 8,79, na média, 1,4% a mais do que no início do ano.
O Paraná é o maior produtor de tilápia do País, respondendo por cerca de 22% da produção nacional, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). O Estado também foi um dos mais afetados pela estiagem e pelas frentes frias causadas pelo La Niña e por outros fenômenos climáticos incomuns.
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Outro produto comumente utilizado como substituto da carne vermelha na oferta de proteínas é o ovo, que também tem aumento de demanda no período da quaresma e, coincidentemente, teve crescimento de preço em razão de problemas na produção.
No caso do ovo, os custos elevados para a produção, causados pelos constantes aumentos do preço dos insumos, levaram muitos produtores a intensificar o descarte de poedeiras. Isso diminuiu a oferta e valorizou o produto.
Segundo o Cepea, o ovo também atingiu preço recorde em relação à média histórica, alcançando R$ 180,39 pela caixa com 30 dúzias. De janeiro para fevereiro, o aumento chegou a 15,7%.
Fonte: Cepea/Esalq USP
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