Epidemia da China vem sendo responsável por desestabilizar o mercado financeiro e afeta a venda de commodities brasileiras
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Desde o surto de coronavírus iniciado na cidade de Wuhan, na China, a economia do país asiático vem sofrendo algumas baixas. O Covid-19 teve surgimento no fim de 2019 e já se espalhou para mais de 50 países; o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica mais de 83 mil infectados e aproximadamente três mil vítimas fatais doença. Os números fizeram com que a organização categorizasse a epidemia em estado de alerta grave, visto que o vírus tem alto nível de contaminação.
Um dos primeiros segmentos a sofrerem os efeitos da recessão chinesa foi o mercado de commodities, principalmente a soja. Segundo dados do Ministério da Economia, em 2019 o Brasil exportou 20 milhões de toneladas de soja para a China, que comprou 72,8% das remessas do produto para exportação do País. Esse número, entretanto, é inferior aos 77,6% de participação chinesa no comércio do grão em 2018. A exportação de soja brasileira também sofreu recuo após os governos dos Estados Unidos e da China estabelecerem uma trégua na guerra comercial no fim de 2019.
Os crescentes casos de coronavírus fizeram com que a China entrasse em 2020 mais cautelosa em relação aos seus investimentos. As estratégias de importação e de exportação do país asiático tiveram que ser repensadas após a epidemia tomar conta dos noticiários globais. Em 2019, a nação se firmou como principal parceiro comercial brasileiro, e o ano terminou com o Brasil exportando mais de US$ 26 bilhões em mercadorias para lá.
A soja representa 30% de todos os produtos que o Brasil exporta para a China. A cotação do grão vem caindo desde o registro dos primeiros casos de coronavírus, e, como os contratos de exportação são fechados com antecedência, a tendência é que os primeiros meses do ano não apresentem grande impacto para o número de exportações; porém, caso o surto se arraste para a segunda metade de 2020, é possível que as finanças nacionais sofram.
Em meio à crise, diversas fábricas e indústrias chinesas fecharam as portas para reduzir o risco de contaminação entre os funcionários. Observando a situação do país asiático, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a previsão de crescimento da economia global de 2,9% para 2,4% — o menor número desde 2009. Em comparação com novembro de 2019, a OCDE diminuiu a expectativa de crescimento da economia chinesa em 0,8%, passando a ser de 4,9% em 2020.
A China não sofre com um período de crise desse porte desde a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2003; desde então, o país asiático saltou de 4% de participação na economia mundial para os atuais 16%. Durante esse mesmo período, antes representando 7,1% das exportações brasileiras, a China passou a fazer parte de 29% do comércio exterior do país latino. Os dados são do Ministério da Economia. Sendo assim, uma baixa no Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 2020 pode refletir na economia do Brasil, visto que o país asiático é um importante parceiro político e um dos principais compradores de commodities.
A expansão dos casos de coronavírus surgiu logo após um momento não favorável para o balanço financeiro chinês. Em 2019, o PIB da China cresceu 6,1%, no menor número registrado pelo país em 29 anos. Sendo a segunda maior economia do mundo e tendo participação de 16% no PIB mundial, o atual cenário de cautela financeira vivido pelo governo chinês com a recente epidemia faz com que o mercado internacional passe por um período turbulento.
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Fonte: BBC, Estadão.