Defensivo agrícola foi banido do Brasil pela Anvisa em 2017, com prazo de 3 anos para adequação da cadeia produtiva do agronegócio
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O defensivo agrícola Paraquat, utilizado para conter o avanço de plantas daninhas, está proibido no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2017. No entanto, o impedimento de uso só passa a valer a partir de 22 de setembro de 2020, dando ao produtor três anos de adaptação do manejo.
O produto químico, considerado extremamente tóxico, é utilizado em lavouras brasileiras de algodão, arroz, banana, batata, café, cana-de-açúcar, citros, feijão, maçã, milho, soja e trigo. Segundo estudo da Universidade Estadual de Londrina, o herbicida Paraquat pode causar morte de insetos, animais e humanos.
O produto pode ser absorvido pela pele, causar mutações genéticas e até mal de Parkinson, sendo que um pequeno gole do herbicida pode ser fatal. A venda da substância já é proibida na Europa e em outros países. A partir da data limite, os agrotóxicos na posse de comerciantes ou usuários serão apreendidos, e os infratores estarão sujeitos a penalidades.
A Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) afirma que o setor pode ter prejuízo de R$ 500 milhões ao ano com a proibição do defensivo. Os agricultores que já compraram o produto terão de devolvê-lo antes do prazo de vigor da lei, e não haverá reembolso do dinheiro investido.
O Paraquat se destina a eliminar plantas daninhas de difícil controle com eficiência e rapidez, sendo aplicado logo após o plantio ou como dessecante para antecipar a colheita, especialmente na cultura da segunda safra do milho. As alternativas na soja, por exemplo, são composições de dois a três produtos, o que pode elevar o custo entre 30% e 150% se comparado ao valor atual gasto com o defensivo proibido.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um manual com instruções de manejo de ervas daninhas nas lavouras de soja. A ferramenta tem potencial de substituir o uso de agrotóxicos e pode ser utilizada pelos agricultores após a proibição do Paraquat.
A técnica envolve a prevenção do surgimento das pragas com a escolha de épocas corretas de semeadura, espaçamento e densidade da plantação, cobertura do solo e cultivares. O material mostra como evitar o crescimento das ervas daninhas durante a emergência do solo da plantação até o fechamento do dossel, a correta dessecação da vegetação, entre outros temas.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).