Minas Gerais se torna 3º maior exportador de cachaças no Brasil

16 de fevereiro de 2023 5 mins. de leitura
Minas Gerais pulou da 5ª para a 3ª colocação no ranking de Estados que mais exportam cachaça, concentrando o maior número de produtores artesanais do País

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Minas Gerais aumentou a produção e a exportação de cachaças, e ganhou maior destaque no cenário nacional. O Estado, que tem longa tradição na produção da bebida, pulou da quinta colocação para a terceira colocação no volume de cachaças exportadas, ficando atrás apenas de São Paulo e Pernambuco. Os dados são do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

Ano positivo para produtores de cachaça em Minas

Segundo o órgão, de janeiro a novembro de 2022, Minas Gerais embarcou 378 mil litros de cachaça para o exterior. O volume é 86% superior ao registrado no mesmo período de 2021. Essas vendas movimentaram 2,06 milhões de dólares, sendo 135% maior do que em 2021.

Com esses números, Minas Gerais passou a representar 11,2% das exportações de cachaça brasileira. Em 2021, o Estado era responsável por apenas 4,4% das vendas internacionais do País.

Ainda segundo o Ibrac, 2022 foi extremamente positivo para produtores e exportadores da bebida. De janeiro a novembro, foram exportados pelo Brasil 8,6 milhões de litros de cachaça, 30,38% a mais do que no mesmo período de 2021. Além disso, o valor dos embarques cresceu 54,74%, com as transações em 2022 tendo movimentado 18,47 milhões de dólares.

Antiga moenda de cana-de-açúcar feita de concreto
Antiga moenda de cana-de-açúcar. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

História da cachaça

A história da cachaça é quase tão antiga quanto a chegada dos portugueses ao Brasil. O primeiro registro de uma plantação de açúcar no País é de 1504, e se estima que o primeiro engenho tenha surgido em 1516. A cachaça é um produto da fermentação da cana-de-açúcar, gerada inicialmente no processo de fabricação do açúcar.

Antes, considerada uma bebida de baixa qualidade, era comum que a espuma que subia à superfície quando a cana-de-açúcar era fervida fosse descartada ou dada a animais. A segunda era oferecida aos escravizados, principalmente depois da fermentação. Com o tempo, passou-se a destilar essa espuma e o melaço fermentado, chegando a um resultado parecido com o da cachaça que conhecemos hoje.

Existem duas hipóteses para o nome da bebida. A primeira é que ele é derivado da palavra ibérica cachaza, que significa vinho de baixa qualidade. A segunda, que é uma referência ao cachaço, uma espécie de porco selvagem do Brasil cuja carne era muito dura e na qual se colocava a bebida para a amolecer durante o cozimento.

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Produção artesanal

Com a popularização das plantações de cana-de-açúcar no País, em pouco tempo a cachaça virou a bebida alcoólica mais difundida, por causa principalmente do baixo custo. Minas Gerais é o Estado com maior número de produtores artesanais da bebida no Brasil. A importância da tradição é tanta que, em 2007, o modo de produção artesanal da cachaça, em alambique, foi declarado patrimônio cultural pela Lei Estadual nº 16.688.

Copos de caipirinha de limão sob uma tábua de madeira, com limões cortados em meia lua
A cachaça é usada no preparo da caipirinha, o drink mais famoso do Brasil. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Atualmente, há cerca de 1,7 mil marcas artesanais de cachaça registradas em Minas Gerais, quase mil a mais do que em São Paulo, o segundo colocado. A fabricação é tão importante para o Estado que o governo de Minas criou o Cachaça Mineira Legal e de Qualidade, projeto realizado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), que visa garantir a qualidade da bebida, fiscalizando instalações e mantendo a segurança sanitária.

Com essa medida, o governo impede o funcionamento de estabelecimentos clandestinos e evita casos de falsificação da bebida, como ocorreu em anos recentes. Tendo garantida a padronização da qualidade do produto do Estado, a cachaça mineira ganha importância nos cenários nacional e internacional.

Existem diversos elementos que influenciam o gosto e a qualidade da cachaça, havendo algumas dicas importantes para consumir produtos seguros e com garantia de procedência. Boas cachaças têm no rótulo o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que garante que a bebida foi feita em alambique de qualidade vistoriada, o que impede que impurezas (muitas vezes nocivas à saúde) sejam misturadas à bebida.

Boas cachaças também têm aspecto bem transparente (ou dourado, no caso das envelhecidas), então partículas na bebida são sinal de baixa qualidade. Elas também têm textura de óleo; variedades que escorrem rapidamente pelo copo ao se fazer movimentos circulares têm qualidade inferior.

Apesar de ser uma bebida com alto teor alcoólico (entre 38% e 48%), não deve ser agressiva ao olfato. Ao se cheirar a dose, deve ser possível identificar aromas de diferentes elementos que influenciam o processo produtivo, como frutas de plantações próximas e a madeira em que a bebida foi armazenada.

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Fonte: Instituto Brasileiro da Cachaça, Agricultura MG, Expo Cachaça, Agrolink, Agência MG, Diário do Aço, Cachaçaria dos Amigos, Cachaçaria Nacional

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