Milho: Brasil pode se tornar maior exportador mundial do grão

19 de junho de 2023 4 mins. de leitura
Com uma safra recorde e aumento de exportações, Brasil deve ultrapassar os EUA e se tornar o maior exportador mundial de milho

O Brasil deve se tornar o maior exportador mundial de milho em 2023, de acordo com projeções da consultoria AgRural e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os embarques podem superar as 47 milhões de toneladas do grão, um volume 10% superior ao registrado no ano anterior.

O País tem aumentado o ritmo de exportações do cereal nos últimos anos. Em 2021, o milho gerou uma receita de US$ 4,2 bilhões com 20,49 milhões de toneladas exportadas. No ano seguinte, os embarques praticamente dobraram e atingiram o recorde de 43,17 milhões de toneladas do grão e o faturamento triplicou para US$ 12,3 bilhões.

No primeiro trimestre, os embarques continuaram em alta, com quase 10 milhões de toneladas de milho vendidas no mercado global. O volume representa quase três vezes mais que o exportado no mesmo período do ano passado, quando foram exportados 3,5 milhões de toneladas do cereal, impulsionados pela quebra da safra argentina por conta da estiagem.

Por que o Brasil vai se tornar o maior exportador mundial de milho?

(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Brasil tem ocupado espaço deixado por produtores importantes de grãos como Argentina e Estados Unidos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O Brasil se beneficia de fatores internos e externos para se tornar o maior exportador mundial de milho em 2023. Nas fazendas, a produtividade média do cereal tem aumentado com investimento de tecnologia e deve saltar de 4.367 kg/ha na safra 2021/2022 para 5.683 kg/ha na temporada atual.

No mercado global, a lenta exportação dos Estados Unidos e os preços pouco competitivos do milho norte-americano abriram espaço para o Brasil ganhar destaque. Os produtores norte-americanos optaram por reter o milho e vendê-lo posteriormente, o que impulsionou os preços e favoreceu as exportações brasileiras nos últimos meses.

Os Estados Unidos sempre foram reconhecidos pela sua produção e exportação de milho, fazendo parte da cultura norte-americana como um todo. No entanto, o crescimento significativo do Brasil, especialmente em termos de preço e qualidade dos produtos, tem incentivado essa mudança de liderança no mercado.

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Safra recorde de grãos

Alta de preços tem estimulado aumento das áreas plantadas com milho. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Alta de preços tem estimulado aumento das áreas plantadas com milho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de milho na safra 2022/2023 deva chegar perto das 125 milhões de toneladas. O volume representa um avanço superior a 10% frente a safra anterior. Tanto o aumento da área plantada quanto a melhoria de produtividade contribuem para o resultado.

Embora a área plantada tenha recuado em 3,2% durante a safra de verão, principalmente em função da estiagem no Sul do País, a produtividade avançou 12,5% em média, o que garantiu uma colheita de 27,2 milhões de toneladas de milho, um volume 8,8% superior ao ano passado.

Na safrinha, as perspectivas são melhores, com crescimento da área plantada em 3,3% e de produtividade em 7,4%. Com isso, o volume colhido deverá ser de 95 milhões de toneladas no período, um volume 11% maior que a safra anterior.

Já na última temporada, a Conab aponta uma estabilidade em 662 milhões de hectares plantados. No entanto, devido ao crescimento de produtividade, a terceira safra de milho deve render 2,3 milhões de toneladas do grão em 2023, uma alta de 4,7% frente ao volume alcançado no ano passado.

Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

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