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EUA deve produzir mais soja do que milho na próxima safra

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou a previsão para a área de plantação de grãos na safra 2022/2023. O novo comunicado do órgão estima que devam ser plantados 228 milhões de acres (92,26 milhões de hectares) de grãos no país. Entretanto, o “quebra-cabeça” entre os grãos mais plantados continua.

A produção de soja norte-americana deve equilibrar os estoques internacionais depois da quebra da última safra na América do Sul. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Mais produtores estão apostando na soja para a próxima safra. A área plantada pelo grão deve chegar a 88 milhões de acres (35,61 milhões de hectares), um aumento de 0,9% em relação à temporada 2021/2022. A quebra da safra brasileira e a alta demanda para esmagamento fizeram que os preços se tornassem mais atraentes para os produtores.

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Milho menos atraente

Enquanto isso, a plantação americana de milho deve sofrer redução. A nova estimativa do USDA é que sejam plantados 92 milhões de acres (37,23 milhões de hectares) de milho na safra 2022/2023.

O número representa uma redução de 1,5% (1,4 milhão de acres) em relação à área plantada em 2021/2022. Com isso, a colheita da próxima safra deve ser entre 15 e 20 milhões de toneladas menor do que os 384 milhões alcançados no período anterior.

A escolha por diminuir a quantidade de milho enquanto a demanda está alta pode parecer estranha, mas vários fatores influenciam a decisão dos produtores. A oferta interna de milho nos Estados Unidos (EUA) está a mais baixa em 14 anos, e a retirada do milho ucraniano do mercado internacional também fez que a demanda internacional crescesse.

Os custos para a plantação do grão, porém, são muito mais altos do que o da soja. Os produtores afirmam não terem encontrado soluções voltadas à ausência e aos altos preços dos fertilizantes necessários para a plantação do milho. Com isso, a soja se tornou a opção mais segura.

O alto custo de insumos e a expectativa da volta do milho ucraniano ao mercado tornaram a aposta no grão menos interessante para os produtores norte-americanos. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Após o anúncio das novas estimativas do USDA, os preços do milho na Bolsa de Chicago subiram 4,2%, enquanto o anúncio da maior oferta da soja fez o preço do contrato futuro da soja operar em queda de 3,4%.

Os dados do USDA também estimam aumento da área de plantação do trigo, que deve alcançar 48 milhões de acres (19,42 milhões de hectares) na safra 2022/23, um aumento de 2,78% de área do que na safra anterior.

O algodão, que está com os preços em patamar elevado, também terá um aumento substancial de 13% no total de área plantada em relação à safra anterior. A estimativa é de 12,7 milhões de acres (5,13 milhões de hectares) plantados.

Efeitos no Brasil

Os anúncios também influenciaram a bolsa brasileira. No país, o preço do milho interrompeu a tendência de queda dos últimos meses e chegou a R$ 92,10 por saca, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Trigo e soja mantiveram preços estáveis, já o algodão nacional apresentou ligeira queda.

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Fonte: Mais Soja, AgroLink.

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