Agronegócio deverá voltar a crescer em 2023, depois de um ano com aumento de custos, problemas climáticos e instabilidade geopolítica
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O agronegócio viveu em 2022 aumento de custos, problemas climáticos e instabilidade provocada pela Guerra na Ucrânia. As projeções parciais apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve recuar no ano; contudo, em 2023, as estimativas indicam reversão desse movimento.
A agricultura de pequena escala deve ser impulsionada pelo aumento da demanda por alimentos saudáveis e orgânicos. Já a produção agroindustrial continuará investindo pesado em tecnologia agrícola, incluindo inteligência artificial e drones, para aumentar a eficiência e reduzir os custos.
O setor deverá ser beneficiado pelo crescimento do comércio internacional de produtos agrícolas, especialmente com a China e a União Europeia. Para ampliar os mercados, produtores devem ficar atentos a questões ambientais, incluindo sustentabilidade e conservação de recursos naturais.
Em 2023, o agronegócio no Brasil deve voltar a crescer após a queda expressiva no ano anterior. Contudo, as projeções das instituições ligadas ao setor divergem quanto à velocidade da retomada econômica do setor.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agro deve crescer 2,5% em comparação a 2022. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) estima crescimento ainda maior, de 8%, enquanto o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta aumento de 10,9% no PIB do setor.
A retomada do agronegócio em 2023 deve ser impulsionada por um novo recorde da safra. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 296,2 milhões de toneladas, em aumento de 12,6%, ou 33,1 milhões de toneladas de grãos.
A CNA estima que a safra de grãos 2022/2023 será 15,5% maior do que a safra 2021/2022, chegando a 313 milhões de toneladas. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma temporada com 310,9 milhões de toneladas, em aumento de 14,% em relação ao período anterior.
Na pecuária, a expansão de acordos comerciais com outros países também é uma tendência para 2023, o que aumenta as possibilidades de exportação da carne brasileira. China e Rússia devem ser os principais destinos, impulsionados pela recuperação econômica global.
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Em 2023, o fenômeno La Niña vai influenciar o clima pelo terceiro ano consecutivo, provocando períodos de estiagem e um verão mais quente, sobretudo no Sul do Brasil. O último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOOA) dos Estados Unidos aponta fraca intensidade da anomalia até março.
As projeções da MetSul Meteorologia indicam cada vez mais a probabilidade de o El Niño se instalar no segundo semestre de 2023, a partir do outono, o que deve provocar alteração do regime de chuvas em todo o Brasil.
A CNA prevê que 2023 será desafiador, tanto nacional quanto globalmente, com margem de lucro menor para o agronegócio e redução de receita para produtores rurais devido ao aumento dos custos de produção.
O cenário mundial continuará volátil com as incertezas na disponibilidade global de grãos e insumos, causadas principalmente pela guerra da Rússia na Ucrânia. Já as incertezas domésticas, como o controle de gastos públicos e a implementação da política fiscal, devem impactar os custos do setor agrícola, principalmente em questões tributárias.
A expectativa é de que a taxa Selic permaneça elevada, resultando em custos mais altos para o crédito. Além disso, o crédito privado deve se tornar uma alternativa para financiar a produção nas próximas safras.
Fonte: CNN, Forbes, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Boi Saúde, Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), MetSul