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As exportações de carne bovina brasileira começaram o ano com força total e devem bater novo recorde em 2022. O retorno das compras chinesas e o volume enviado para os Estados Unidos alavancaram os embarques da proteína nas duas primeiras semanas de janeiro, com uma média diária de 7,2 mil toneladas — um número 30,5% maior que em dezembro de 2021 e 34,2% superior a janeiro do ano passado.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve produzir 9,75 milhões de toneladas de carne bovina em 2022, um crescimento de 4,6% sobre o ano passado. A exportação da proteína animal deve alcançar o volume de 2,68 milhões de toneladas, superando o patamar histórico de 2020, quando foram embarcadas 2 milhões de toneladas.
Exportação em dezembro
Apesar do retorno das compras chinesas, os EUA foram o principal destino da carne bovina brasileira em dezembro. Foram 30,37 mil toneladas embarcadas com uma receita de US$ 179 milhões, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Mesmo sendo um grande produtor da proteína, os norte-americanos também têm uma alta demanda. Os Estados Unidos utilizam uma estratégia de exportar carne cara e importar carne barata, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O real desvalorizado frente ao dólar ajudou a tornar o produto brasileiro competitivo para este mercado.
Cotação e custos
A pecuária de corte nacional viu os custos de produção subirem 22% nas propriedades de cria e 17% na recria e engorda em 2021, segundo pesquisas realizadas pelo Cepea em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária Brasileira (CNA). Para 2022, a expectativa é de que o cenário continue desafiador, especialmente por conta da quebra de safra de grãos na Região Sul e do dólar valorizado.
O preço do boi gordo tem se mostrado estável no início deste ano no mercado paulista, sustentando uma cotação superior a R$ 330 por arroba. Para a Scot Consultoria, não há expectativas de escoamento no mercado interno e, com isso, o valor deverá ficar estável em São Paulo.
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Mercado global em 2022
A produção global de carne bovina deve ficar estável em 58 milhões de toneladas, com uma variação de 1% em 2022, conforme estimativa do USDA. O Brasil deve ser o segundo maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos, que deverá produzir 12,4 milhões de toneladas de acordo com o USDA, uma alta de 2,8% em comparação com o ano anterior.
A demanda pelo produto também mantém a estabilidade, com uma estimativa de consumo interno em 56,2 milhões de toneladas e um aumento de 0,7% em relação ao ano passado. Os maiores consumidores, segundo estimativa, serão os Estados Unidos (12,3 milhões de toneladas), China (10,1 milhões) e Brasil (7,1 milhões).
O país asiático deverá seguir como principal comprador mundial da proteína, com 3,25 milhões de toneladas importadas, o que representa um crescimento de 10% em relação a 2021. Os chineses são seguidos pelos EUA, com uma estimativa de importação de 1,5 milhão de toneladas.
Os brasileiros serão os maiores exportadores da proteína. O órgão americano estima que o País exportará 2,68 milhões de toneladas neste ano, um crescimento de 15,5%. A Austrália e os Estados Unidos seguem praticamente empatados como maiores exportadores depois do Brasil, com um volume de 1,4 milhão de toneladas cada.
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Fonte: Portal DBO, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).