Estudo da CNA identifica potencial brasileiro para exportação, com a inclusão de 41 novos produtos agrícolas
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O potencial de exportação de novos produtos agrícolas para a Coreia do Sul foi objeto de um estudo inédito da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A pesquisa, que defende um acordo comercial amplo entre o Brasil e o país asiático, identificou que 41 novos itens têm potencial para entrar no mercado sul-coreano.
A Coreia do Sul foi o quinto maior destino de exportação dos produtos agrícolas brasileiros em 2020, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Assim, foram comprados US$ 2 bilhões em 209 itens diferentes do agronegócio brasileiro, sendo que 75% dos embarques foram concentrados em produtos do complexo de soja, milho e etanol.
Com uma economia dinâmica e hábitos sofisticados de consumo, a República da Coreia sofre com os recursos produtivos escassos, devido à baixa disponibilidade de terra arável e a uma alta taxa de urbanização. Dessa forma, a Coreia do Sul precisa importar 70% dos alimentos consumidos, sendo o sexto maior importador mundial de produtos do setor.
Apesar da oportunidade, os produtos brasileiros enfrentam dificuldades para entrar no mercado sul-coreano. Entre elas, uma alta concorrência para bens vindos da China, da Austrália, da Nova Zelândia, da União Europeia e dos Estados Unidos, além de uma política nacional de subsídios à produção e altas tarifas de importação.
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O estudo analisou, de forma simultânea, os produtos que o Brasil tradicionalmente já exporta para o mundo e os principais produtos importados pela Coreia do Sul, que ainda são pouco representativos no comércio entre os dois países. Destacaram-se os seguintes itens: carnes, cereais, produtos e fibras têxteis.
Apesar de ser um grande fornecedor mundial de carnes, a exportação do Brasil destinada à Coreia do Sul ainda é tímida. Apenas a carne de frango in natura apresenta um valor relevante, um valor em torno de US$ 200 milhões.
De acordo com a CNA, o setor de carnes, especialmente o de suína in natura, tem um potencial inexplorado de até US$ 3,5 bilhões. Assim como a China, a Coreia do Sul enfrentou um forte surto de peste suína africana e aumentou a necessidade de importação de proteínas. Nesse sentido, a carne bovina também poderá ser beneficiada por causa da ampliação das relações comerciais.
As exportações de cereais brasileiros alcançaram a marca de US$ 6 bilhões anuais, enquanto os sul-coreanos compram em média US$ 4,5 bilhões por ano. Nesse contexto, a CNA avalia que o Brasil poderá vender até US$ 2 bilhões em produtos do setor, principalmente o milho, que tem um potencial estimado em US$ 1,7 bilhão.
O Brasil é responsável por cerca de 10% de todas as fibras e os têxteis comercializados no mundo, enquanto a Coreia do Sul é responsável por 2,2% das importações globais dos produtos. A CNA identificou que o algodão não cardado nem penteado é o produto com maior potencial do segmento, podendo ampliar as exportações em até US$ 276,1 milhões, por não enfrentar tarifas de importação.
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Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).