Comercialização da safra 2021/2022 alcança 61% da produção projetada, um ritmo inferior à temporada passada e à média dos últimos 5 anos
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A comercialização de soja está em um ritmo mais lento na safra 2021/2022 em relação à média histórica e ao ano passado. Até 6 de maio, foram vendidas 75,22 milhões de toneladas do grão, o equivalente a 61% da produção projetada, segundo levantamento realizado pela consultoria Safras & Mercado.
O volume representa um avanço de cinco pontos percentuais em relação a abril, quando 56,6% das lavouras tinham sido negociadas. A média dos últimos cinco anos para a comercialização no início de maio é de 65%, e o registrado na safra anterior foi de 71,4% no mesmo período.
A situação em Mato Grosso, principal Estado produtor do grão, é um pouco melhor. No Estado, os sojicultores negociaram 73,37% da produção até 9 de maio, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Isso representa um nível dez pontos porcentuais inferiores ao ano passado, quando 83,46% da soja já estava negociada.
A estiagem prejudicou o desenvolvimento das lavouras e derrubou a produção de soja desta safra, especialmente no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Safras & Mercado, o Brasil deixou de colher 22,4 milhões de toneladas, ou 15,5%, em comparação à estimativa no início da temporada, que era de 144,7 milhões de toneladas.
Em 2021/2022, a produção nacional do grão deverá ficar em 122,3 milhões de toneladas, um nível 11,4% menor que a safra anterior, quando foram colhidas 138,1 milhões de toneladas. A área estimada cresceu 4,3%, para 40,87 milhões de hectares, enquanto a produtividade média despencou de 3.542 quilos por hectare para 3.007 quilos por hectare.
Apesar da queda geral, Mato Grosso e Goiás registraram as maiores produtividades médias da história. Os sojicultores mato-grossenses alcançaram uma média de 3.558 quilos por hectare, uma variação de 3,39%; já os goianos surpreenderam com um desempenho recorde de 3.930 quilos por hectare e superaram o volume total produzido por Rio Grande do Sul e Paraná.
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A safra 2022/2023 segue com as incertezas globais sobre o fornecimento de insumos, especialmente fertilizantes, devido à guerra contra a Ucrânia e, por conta disso, o custo de produção deve subir quase 60%, estima o Imea. Além da alta do adubo, o aumento do preço de defensivos agrícolas e das sementes deve influenciar no crescimento dos gastos.
As margens dos produtores deverão ficar mais apertadas, mas ainda serão positivas. A margem bruta, que era de 60% em 2021, deverá ser de 43% em 2022 e cairá para 30% em 2023, aponta a Cogo Inteligência em Agronegócio. O resultado poderá ser melhor se as cotações internacionais avançarem.
A produção em 2022/2023 será de 150,6 milhões de toneladas, um incremento de 23% comparado à safra atual, segundo estimativas da Cogo. A melhoria da produtividade deverá garantir o aumento do volume, uma vez que a área plantada está prevista para 41,6 milhões de hectares, um avanço de apenas 1,8%.
Fonte: Safras & Mercado, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea)