Cana-de-açúcar originou 79% da bioeletricidade usada na rede em 2021, o setor tem potencial de grande crescimento
Publicidade
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
Com os esforços globais para a redução do uso de combustíveis na geração de energia, novos setores vêm chamando a atenção do mundo. O Brasil tem um potencial imenso para a produção da bioeletricidade, já que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Além de servir de matéria-prima para a fabricação de açúcar e etanol, a planta também é usada na geração da bioeletricidade.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), 4% da energia elétrica consumida no Brasil em 2021 foi provida pela bioeletricidade. O setor sucroenergético representa 79,5% deste total – no último ano, foram gerados 20,2 mil Gwh.
A geração de energia pelo setor sucroenergético, utilizando o bagaço da cana, representou 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede em 2021. Em seguida, ficou a energia gerada pelo licor negro (subproduto da indústria de papel e celulose) com 11,9%, pelo biogás com 4,5% e demais biomassas com 4,1%.
Apesar dos bons números do setor em 2021, a bioeletricidade gerada pelo bagaço da cana teve uma redução de 10,6% em relação ao ano anterior. A queda foi devido à redução da produtividade da cana-de-açúcar, que sofreu com as intempéries climáticas causadas pelo La Niña.
Leia também:
Madeira: como PMEs podem garantir legalidade e rastreabilidade?
Trigo: preço em alta deve afetar a mesa dos brasileiros
Demanda por madeira nativa cresce durante a pandemia
As vantagens do uso da bioeletricidade são muitas, principalmente na questão de proteção ambiental. Se a energia gerada pelo setor sucroenergético fosse gerada por usinas termelétricas, 7 milhões de toneladas a mais de CO2 teriam sido emitidos na atmosfera. Caso a energia fosse gerada por usinas hidrelétricas, 14% a mais de água precisariam ser utilizadas nos reservatórios das usinas.
Isso demonstra o poder de poupar água que a bioeletricidade tem. O setor, inclusive, pode gerar mais eletricidades durante os períodos secos, que tendem a ser o período de maior colheita da cana.
O setor sucroenergético tem muito a crescer. Em 2021, apenas 60% das 369 usinas de açúcar e etanol em atuação no País ofertaram o excedente em energia elétrica. Caso todas as usinas produzissem energia, o total ofertado à rede elétrica poderia alcançar 151 mil Gwh, cerca de 26% do consumo energético anual do País. Os cálculos são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e foram divulgados pelo relatório Bioeletricidade em números, de fevereiro de 2022, do Observatório da Cana.
O potencial de 151 mil Gwh representa duas vezes a geração da Usina de Itaipu e cinco vezes a geração da Usina de Belo Monte. Isso utilizando o potencial de uma fonte renovável e sustentável que já existe nos canaviais: o bagaço da cana-de-açúcar.
De acordo com o relatório, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética nos últimos 10 anos no Brasil foi de 196.867 Gwh, o que seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por mais de 3 dias.
Fonte: Observatório da Cana, Unica.