Manejo sustentável no segmento da madeira permite conciliar rentabilidade com preservação de biomas
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A cada ano cresce o segmento da agropecuária brasileira que entende a importância de preservar os biomas. Em vez de um limitador aos negócios, a produção sustentável é um ativo econômico, sobretudo diante de mercados mais exigentes, como o europeu. Um exemplo disso está no cultivo de madeiras nativas.
Entenda por que a demanda por esse produto está cada vez maior e o impacto que a pandemia teve nesse processo.
Manter a floresta em pé pode ser um bom negócio. Essa é a experiência dos produtores de madeira do Centro-Oeste que trabalham com manejo sustentável: a procura por madeira nativa tem crescido tanto que, em vez de vender com faturamento para três meses, eles têm recebido propostas de pagamento adiantado.
Em 2020, ano em que o salto quantitativo foi maior, os madeireiros tiveram uma renda de R$ 368 milhões. Segundo o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), o preço do m³ de algumas espécies dobrou: o cambará pulou de R$ 1 mil para R$ 2 mil e a itaúba de R$ 2,5 mil para R$ 5 mil.
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A pandemia impulsionou esse quadro. Em primeiro lugar, porque o setor da construção civil foi muito afetado pela inflação dos insumos. O preço do ferro, por exemplo, subiu 45% em meio à crise sanitária. Não é de se estranhar, portanto, que a madeira tenha chamado a atenção do setor produtivo.
Além disso, o isolamento social mudou o hábito de consumo das pessoas, que passaram a valorizar mais itens orgânicos e a proximidade com a natureza. O boom dos produtos originários da floresta passa por isso.
O mercado clandestino também tem aproveitado esse fenômeno. De fevereiro a outubro do ano passado, o desmatamento ilegal cresceu 33% em relação ao mesmo período de 2020.
Por isso, combater a devastação da Floresta Amazônica não significa apenas lutar por um meio ambiente mais sustentável, mas viabilizar modelos de negócio que vivam do reflorestamento legal. E tudo indica que há muito espaço para mercados que viabilizem a proteção dos biomas, a exemplo da madeira nativa.
Se desmatamento é sinônimo de terra arrasada, o manejo florestal sustentável é o oposto. A ideia é trabalhar com a madeira nativa de modo a não alterar significativamente a estrutura da mata e manter sementes e mudas remanescentes. A atividade deve ser ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa.
O manejo sustentável pode ser tão ou mais lucrativo do que métodos tradicionais, já que não degrada o solo, não afeta o ecossistema e existe mercado maduro para esse tipo de produto.
Além da extração de madeira, a integração lavoura-floresta e a integração lavoura-pecuária-floresta são exemplos de como a preservação da mata nativa pode ser rentável ao produtor e ao agronegócio do País, que é chamado a se reinventar.
Fonte: Imazon, Eu Quero Investir, Gov Federal.