Safra 21/22: veja projeções para soja, milho, carne de boi e cana - Summit Agro

Safra 21/22: veja projeções para soja, milho, carne de boi e cana

12 de novembro de 2021 4 mins. de leitura

Os efeitos das adversidades climáticas de 2021 e a instabilidade da situação macroeconômica representam desafios para a próxima safra

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A demanda internacional aquecida e a retomada da economia deve garantir preços atraentes para o agronegócio em 2022, avalia o Rabobank no relatório Perspectivas para o agronegócio brasileiro, divulgado nesta quarta-feira (10).

Contudo, a situação macroeconômica, especialmente decorrente da política fiscal do governo e da taxa cambial, merece uma atenção especial do produtor agropecuário. Além disso, o setor ainda deve sentir os efeitos da seca, da geada e dos incêndios nas lavouras e registrar uma queda de produtividade no próximo ano.

Confira as projeções para os principais produtos agrícolas brasileiros.

Soja

Brasil deve plantar 40 milhões de hectares para colher 142 milhões de toneladas de soja na safra 21/22. (Fonte: Fotokostic/Shutterstock/Reprodução)
Brasil deve plantar 40 milhões de hectares para colher 142 milhões de toneladas de soja na safra 21/22. (Fonte: Fotokostic/Shutterstock/Reprodução)

Por um lado, a soja tem previsão de recorde de colheita na safra 21/22 no Brasil e alcançará um resultado expressivo nos Estados Unidos. Mas por outro, a China poderá ter retração de consumo do grão diante das margens fracas de esmagamento, da incerteza em relação à peste suína africana e uma queda de demanda por farelo de soja por conta das restrições causadas pela covid-19.

O ritmo mais lento de expansão do mercado internacional, associado ao aumento da oferta dos principais produtores, deve pressionar as cotações para um recuo em 2022. No entanto, a variação cambial desfavorável ao real deverá garantir boas margens para a exportação do grão.

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Milho

O déficit do estoque chinês de milho continuará em 2022, e o gigante asiático ainda substituirá o cereal por trigo, arroz e cevada, limitando a importação. Ainda assim, a China deve comprar 26 milhões de toneladas do grão, principalmente dos Estados Unidos.

A área da safra brasileira deve crescer 5%, atingindo 20,8 milhões de hectares plantados, avalia o Rabobank, e a produção deve sair de 87 milhões de toneladas em 20/21 para 116 milhões de toneladas na próxima safra. Com isso, o volume exportado deve alcançar 37 milhões de toneladas em 2022, 20 milhões de toneladas a mais que em 2021.

Carne de boi

Metade da carne bovina importada pela China tem origem no Brasil. (Fonte: Irina Burakova/Shutterstock/Reprodução)
Metade da carne bovina importada pela China tem origem no Brasil. (Fonte: Irina Burakova/Shutterstock/Reprodução)

As exportações de carne bovina brasileira caíram quase 50% em outubro, em decorrência da suspensão de compras pela China. Enquanto isso, os chineses estão abastecendo o mercado local com carne suína, mas a tendência até 2025 é de crescimento no consumo da carne do boi pelos chineses.

A pecuária do Brasil atendeu a todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e os casos de “vaca louca” foram atípicos. Entre janeiro e setembro, o preço da proteína brasileira vendida à China subiu 29%. Portanto, o relatório aponta que os chineses estão utilizando o embargo como uma forma de pressionar a queda de preços do produto.

Cana-de-açúcar

A seca e as geadas atingiram o desenvolvimento das lavouras de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil. Com isso, a safra atual terá um volume reduzido, com no máximo 550 milhões de toneladas, resultado 9% inferior à temporada anterior, quando foram produzidas 605 milhões de toneladas.

A oferta limitada provocará mais um ano de alta de preços para o açúcar e o etanol. Isso garantirá boas margens para a indústria da cana na próxima safra, iniciada em abril de 2022, apesar do aumento de custos de produção.

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Fonte: Agrolink.

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