Com a queda do petróleo, preços do açúcar despencam em Nova York - Summit Agro

Com a queda do petróleo, preços do açúcar despencam em Nova York

20 de abril de 2021 4 mins. de leitura

A confiança dos investidores no preço do óleo tem refletido na disposição dele nas compras futuras das commodities

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Em meio à instabilidade financeira global e à queda das cotações de petróleo, os contratos futuros de açúcar fecharam março em queda na bolsa de valores de Nova York. Na visão de especialistas, o recuo nos preços do petróleo tem gerado impacto no mercado internacional de diversas commodities.

Enquanto os contratos futuros da pluma de açúcar apresentaram redução de 1,24% para julho de 2021, cotado em 86,42 centavos de dólar a libra-peso, os contratos de açúcar demerara tiveram baixa de 0,63%, ficando em 15,56 centavos de dólar a libra-peso. Por fim, a entrada das safras brasileiras no mercado pouco deve ter influência nas variações das cotações.

Cotação do açúcar

Preços do açúcar fecham março em vermelho na bolsa de valores. (Fonte: Surakit Sawangchit/Shutterstock)
Preços do açúcar fecham março em vermelho na bolsa de valores. (Fonte: Surakit Sawangchit/Shutterstock)

Negociado em Londres, o preço do açúcar branco fechou março em vermelho na bolsa de valores. Os contratos com vencimento em maio de 2021 foram negociados a US$ 456 por tonelada, equivalente a uma queda de US$ 2,50 no comparativo com a véspera. Em relação a agosto de 2021, a tonelada foi negociada a US$ 442, com recuo de US$ 2.

O mercado doméstico de açúcar cristal também apresentou recuo nos preços. De acordo com os índices medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a saca de 50 quilos foi comercializada em R$ 107,71, com valores de R$ 108,32 da véspera. No comparativo, a queda foi de 0,56%.

Comércio de combustível

Além do mercado de consumo doméstico, a queda das cotações de açúcar também teve reflexo no comércio de combustível. De acordo com os dados medidos pelo Indicador Diário Paulínia, o etanol hidratado apresentou seis quedas consecutivas durante março e fechou o mês em baixa.

Os contratos de metro cúbico do biocombustível foram vendidos pelas usinas em R$ 2.733, contra R$ 2,8 mil da véspera — redução de 2,39% no comparativo entre os dias. No acumulado do mês, a perda total foi de 5,25%. 

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Correlação entre petróleo e mercado agrícola

Variação nas cotações de petróleo geram incertezas em contratos de commodities agrícolas. (Fonte: Shutterstock)
Variação nas cotações de petróleo geram incertezas em contratos de commodities agrícolas. (Fonte: Shutterstock)

Sujeitos a atitudes especulativas e comercializados na bolsa de valores, os preços do petróleo e das commodities agrícolas costumam apresentar certa conectividade nas movimentações do mercado financeiro. Historicamente, na economia, a queda dos preços do petróleo está associada a uma deflação em nível mundial, o que resulta em uma queda na demanda por ativos agrícolas e causa recuo no preço de grãos e outros produtos.

Sendo assim, a atual instabilidade das cotações de petróleo termina gerando uma crescente dúvida sobre a oferta e a demanda no mercado consumidor. Por exemplo, o recuo de mais de 7% do óleo cru em Londres acabou tirando o potencial de alta do consumo de etanol no Brasil, visto que a possibilidade da manutenção dos preços da gasolina cria incertezas no comércio.

Como as vendas de commodities são baseadas em contratos futuros, a instabilidade dos preços faz os compradores ficarem receosos de firmar acordos na esperança de melhores oportunidades. Isso faz as negociações permanecerem paradas por algum tempo.

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Fonte: Portal Udop, Revista da Política Agrícola, Cana Online.

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