Por conta de um déficit de produção, preço do café arábica deve seguir subindo até o fim do ano
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As cotações do café para 2021 estão oscilando principalmente em consequência de complicações nas plantações brasileiras, e a queda de produção vai gerar um aumento no preço do grão. A perspectiva apresentada pela Reuters é de que o valor siga subindo até o fim deste ano – arábica, por exemplo, deve terminar o ano 8% mais caro.
Além de uma alta expectativa a longo prazo, o valor do grão sofre com fortes oscilações diárias: segundo os números do Cepea-Esalq/USP, essa variação para o tipo arábica chegou a ser de 1,76%, atingindo o valor de R$ 729,25.
O preço também está subindo em Londres, apresentando uma valorização acima de US$ 20 por tonelada do grão em consequência do encalhe do navio porta-contêiner no canal de Suez, que afetou fortemente o abastecimento inglês do grão.
O Brasil é conhecido como o principal produtor do grão: cerca de 35% de todo o café colhido no planeta na safra passada foi em solo nacional. Para a safra atual, entretanto, a estimativa é de que a área de produção diminua, assim como os números da colheita. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de produção nesta safra será de 1,76 milhão de hectares, a menor já registrada por aqui desde 1997, ano em que o levantamento começou a ser feito.
Em 2021, a produção nacional entra em um ano negativo no ciclo bienal da safra 2021/2022. Uma estimativa apresentada pela Reuters, por meio de uma pesquisa com 11 traders e analistas do setor, indica que a produção brasileira atual será de 55,51 milhões de sacas de 60 quilogramas, número bem abaixo dos 69 milhões de sacas da última safra.
A expectativa para a produção mundial segue bastante positiva ainda assim. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a projeção mostra um crescimento de 7 milhões de sacas para 2021, que deve ter uma produção mundial de 175,5 milhões de sacas do grão.
Mesmo apresentando um ano ruim na estimativa de produção, a tendência é de crescimento para a produção brasileira de café nos próximos anos. O estudo “Outlook Fiesp 2029”, feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), projeta um aumento na produção brasileira de 40,1% até 2029, alcançando uma média de 65 milhões de sacas por temporada.
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Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Centro de Produções Técnicas (CPT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Organização das Nações Unidas (ONU).