Com produções recordes e mercado incerto em 2020, cana-de-açúcar deve ter estabilidade na próxima temporada
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Este ano foi muito atípico em vários aspectos, e a pandemia do novo coronavírus gerou novas normas sanitárias para trabalho na produção de cana-de-açúcar, com a diminuição da área plantada e a seca que atingiu as safras entre abril e outubro. Mesmo passando por dificuldades inesperadas, a cana teve resultado surpreendente.
A expectativa do setor é fechar 2020 com cerca de 665,1 milhões de toneladas produzidas. O número é 3,5% maior do que na temporada passada e se aproxima bastante do recorde de 2015/2016, que teve 665,6 milhões de toneladas de cana colhidas.
Com a boa produção, o questionamento ficou no mercado da cana, cuja expectativa não se desenvolveu muito bem neste ano. Com a queda do petróleo, o mercado do etanol passou por dificuldades, e, por consequência, o mix de usinas acabou apontando na direção da produção de açúcar.
Após um ano de sucesso, o que esperar do cultivo da cana-de-açúcar em 2021?
A expectativa inicial é que exista queda na produção de cana no próximo ano. Isso seria consequência da redução da área plantada e do período de recuperação após um quase recorde em 2020. Ricardo Fagnello Neme, gerente de marketing do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), afirmou que a taxa de renovação para 2021/2022 está em torno de 12%, número menor do que o apresentado na transição da temporada anterior para a atual.
Para 2021, Andy Duff, estrategista global de açúcar da Rabobank, apresentou no podcast Foco no Agronegócio que a expectativa inicial para a produção de açúcares totais recuperáveis (ATR) está em torno 79 milhões de toneladas, 8% abaixo do esperado para a temporada de 2020.
Duff também confirmou que a previsão é de maior investimento industrial no açúcar, já que o etanol deve sofrer por conta dos preços baixos da gasolina. Além disso, apresentou que o valor do ATR deve manter um preço interessante, em torno de R$ 0,72 e R$ 0,74.
Duff defendeu que os produtores de cana-de-açúcar devem se atentar para as inovações e para a sustentabilidade nos próximos anos, com uma busca pelo ganho de eficiência e melhora nas operações no campo e na indústria. Também apontou que o RenovaBio é uma ideia que irá ganhar relevância e merece atenção, pois deve ser um tema em evidência no agronegócio a partir de 2021.
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Fonte: Jornal Cana, Nova Cana.