Pandemia provocou melhor momento da história para os vinhos nacionais, com aumento de consumo per capita e crescimento de vendas internas e exportações
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Ao contrário de diversos setores agrícolas, nos quais a pandemia provocou instabilidade e cenário de incertezas, produtores de vinhos e uvas nacionais têm tido bons resultados durante o período da crise sanitária. Em julho, no auge do isolamento, foram consumidos 63,4 milhões de litros da bebida, registrando recorde de comercialização.
O consumo per capita de vinho no Brasil alcançou 2,81 litros por habitante maior de 18 anos no segundo trimestre de 2020, de acordo com dados da Ideal Consulting. Isso representa crescimento de 72% durante o período de quarentena quando comparado aos três primeiros meses do ano.
Ao mesmo tempo em que o mercado doméstico se expande, o produto nacional vem ganhando espaço no exterior. No período de janeiro a setembro, o País exportou 425,9 mil caixas de 9 litros, o que representa aumento de 24,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maior produção de vinhos nacionais tem puxado a demanda por uvas, e a fruta está em falta no mercado interno.
Além do crescimento causado pelo isolamento social provocado pelo coronavírus, o vinho nacional tem ganhado espaço por conta da valorização do dólar frente ao real. Até agosto de 2020, a moeda norte-americana acumulou alta de 93% em comparação com o mesmo período do ano anterior; com isso, o vinho importado tem ficado mais caro no mercado nacional, e boa parte do aumento do consumo do brasileiro foi destinada a bebidas produzidas na Serra Gaúcha e no Vale do São Francisco.
Enquanto isso, o preço atrativo faz que o produto brasileiro abra mais espaços nos Estados Unidos, na China, na Colômbia, no Reino Unido e até no Japão. Somente as vendas para o mercado norte-americano passaram de US$ 608,8 mil para US$ 1 milhão.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) editou em outubro uma instrução normativa estabelecendo a criação do Sistema de Informações de Vinhos e Bebidas. A medida tem como objetivo registrar informações de todos os viticultores, vitivinicultores e vinicultores do País. Com isso, a pasta espera realizar um controle eficiente quanto a possíveis fraudes na elaboração de vinhos, além do acompanhamento de estatísticas e levantamentos para fortalecimento do setor no Brasil.
Até o fim de abril de 2021, produtores deverão apresentar dados como CPF, CNPJ, e-mail e endereço, informando o tipo de exploração da propriedade, a área total utilizada e a área com vinhedos, além de informações técnicas sobre cada lavoura.
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Fonte: Ideal Consulting, Chanceller, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).