Pantanal receberá R$ 160 milhões para recuperação após incêndio - Summit Agro

Pantanal receberá R$ 160 milhões para recuperação após incêndio

18 de novembro de 2020 3 mins. de leitura

Recursos financeiros atenderão prioritariamente projetos que visem à recuperação da capacidade produtiva da pecuária após as queimadas

Publicidade

O Governo do Mato Grosso anunciou o investimento de R$ 160 milhões na recuperação da capacidade produtiva da pecuária no Pantanal. Os recursos devem injetar um ânimo no setor que sofreu com intensas queimadas este ano, tendo 20% do bioma, inclusive animais, pastagens e propriedades rurais, consumido pelo fogo.

Para a liberação dos recursos, foi necessário que o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Codem) aprovasse o remanejamento do valor do Fundo de Investimento no Centro-Oeste (FCO) empresarial para o rural.

Até o final de 2020, o governo do estado pretende liberar mais R$ 440 milhões para a região pantaneira, inclusive com criação de linhas de financiamento específicas para o bioma. Todas essas ações fazem parte do Plano Emergencial de Recuperação da Pecuária Pantaneira Pós-Incêndios.

Pecuária no Pantanal

Cerca de 20% do Pantanal sofreu com os grandes incêndios deste ano. (Fonte: Shutterstock)
Cerca de 20% do Pantanal sofreu com os grandes incêndios deste ano. (Fonte: Shutterstock)

Os recursos devem ser liberados ainda neste ano para produtores rurais da região que foram fortemente atingidos pelos incêndios no Pantanal. O Bioma abrange áreas dos municípios de Barão de Melgaço, Cáceres, Poconé, Curvelândia, Santo Antônio de Leverger, Porto Espiridião, Nossa Senhora do Livramento, Itiquira, Mirassol D’Oeste, Cuiabá, Figueirópolis D’Oeste, Várzea Grande, Juscimeira e Lambari D’Oeste.

Há relatos de propriedades que tiveram 100% das pastagens destruídas, além de perdas de algumas estruturas, como currais, cercas, animais e até pessoas. Ainda não foi feito levantamento do tamanho do prejuízo, mas as proporções são gigantescas. Esse foi um dos maiores incêndios da história do Pantanal.

Preservação do meio ambiente

Boi ajudaria a controlar incêndios ao reduzir o tamanho da pastagem que pode secar e virar combustível para incêndios no Pantanal. (Fonte: Shutterstock)
Boi ajudaria a controlar incêndios ao reduzir o tamanho da pastagem que pode secar e virar combustível para incêndios no Pantanal. (Fonte: Shutterstock)

A pecuária está presente na região há pelo menos três séculos. A atividade se relaciona de forma equilibrada no meio ambiente. O Pantanal é o bioma brasileiro mais preservado, tendo mantido, antes das chamas deste ano, 83,6% de sua área original, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Entre 2009 e 2019, a área da pecuária pantaneira diminuiu 1 milhão de hectares, enquanto o rebanho passou de 27 milhões para 30 milhões de cabeças. Isso significa que a atividade tem conseguido aumentar o faturamento sem a necessidade de abrir áreas, mostrando o resultado de investimentos anteriores para melhorar a produtividade.

Durante o período mais seco de 2020, enquanto as queimadas avançavam na região pantaneira, especialistas, inclusive a própria ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ressaltavam o papel do gado no controle do crescimento das pastagens, favorecendo a redução da propagação do fogo.

Assim, a retomada das atividades com gado no Pantanal, além dos benefícios econômicos, também colabora para a preservação do meio ambiente, auxiliando na recuperação do bioma antes do próximo período de estiagem.

Participe do debate sobre a pecuária brasileira e seu impacto no meio-ambiente. É online e gratuito. Inscreva-se agora!

Fonte: Canal Rural.

Webstories