Na conclusão de um estudo, a medida foi apontada como um dos modelos econômicos mais eficientes contra a crise brasileira, apresentando cenário promissor
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Diante da pandemia de covid-19, o Brasil enfrenta uma queda recorde de 9,7% do PIB no segundo trimestre e o avanço do desemprego em diversos estados. Esse cenário demanda medidas econômicas eficientes, como a retomada verde, para solucionar os diversos problemas enfrentados.
Nesse contexto, o Instituto de Recursos do Mundo (WRI) e a iniciativa New Climate Economy (“Nova Economia Climática”, em tradução livre) lideraram um estudo em parceria com especialistas de diversas instituições de pesquisa no país, a fim de se delimitar o melhor modelo econômico a ser aplicado. A análise avaliou diversos cenários do futuro brasileiro na próxima década e suas reações a diferentes medidas econômicas, baseadas em uma longa testagem de modelos e revisão de referências bibliográficas.
Para realizar o estudo, a equipe de especialistas utilizou o modelo econômico Brazilian Land-Use and Energy Systems Model — Blues (“Modelo Brasileiro de Uso de Terras e Sistemas de Energia”, em tradução livre), que abriga 12 mil tecnologias representadas em seu sistema. Com ele, foi possível mapear com precisão o consumo energético de diversos setores do país — transporte, indústrias e agronegócio, por exemplo —, bem como suas relações de dependência entre si, ao avaliar como funcionam suas interações de troca, consumo e demanda.
Por meio dos dados obtidos, a pesquisa projetou o crescimento do PIB brasileiro de acordo com três cenários futuros, nos quais diferentes medidas econômicas seriam aplicadas. Comparadas com o atual modelo econômico, chamado no estudo de Business-as-usual, as alternativas com práticas mais sustentáveis se mostraram mais eficientes e promoveram um crescimento muito maior no PIB do país.
Nesse sentido, o estudo evidenciou que uma retomada verde, com práticas sustentáveis, é mais eficaz para o cenário financeiro do Brasil. Essa abordagem envolve a promoção de novos empregos, investimentos inteligentes em setores estratégicos, bem como novas tecnologias e um uso mais eficiente dos recursos públicos e privados. O conjunto de soluções, por fim, estimula a diminuição da poluição no ar enquanto minimiza os efeitos climáticos no país — resultado sustentável que originou seu nome.
O cenário simulado apresenta dados animadores: uma economia mais verde poderia gerar 2 milhões de empregos para o Brasil e um crescimento de R$2,8 trilhões em seu PIB até 2030. Para um dos autores do estudo, Dr. Roberto Schaeffer, professor titular da COPPE/UFRJ, essa é medida mais eficaz.
Para Schaeffer, a importância da estratégia não é apenas econômica, mas também ambiental: “O que o estudo mostra é que há diferentes maneiras de sair dessa ou de outras crises, mas uma saída de baixo carbono se mostra a estratégia mais inteligente,” concluiu ele, ao ressaltar a alternativa ecológica.
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Fonte: WRI Brasil, Roberto Schaeffer e Agência de Notícias IBGE.