Como montar um sistema orgânico de manga
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O Nordeste responde por 76% de toda a produção nacional de manga. Na região, a Bahia é líder em área colhida, com 24 mil hectares. O estado foi escolhido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Bioenergia Orgânicos para testar o primeiro sistema orgânico brasileiro para a produção da fruta.
Um experimento de pequeno porte realizado em Lençóis, na Chapada Diamantina, conseguiu elevar a produtividade para 20 toneladas por hectare no primeiro ciclo, enquanto a média do sistema convencional é de 15,6 toneladas por hectare. A Embrapa acredita que o sistema orgânico pode produzir ainda mais, chegando a 25 toneladas por hectare.
Com o êxito da iniciativa na Bahia, o modelo deve ser expandido para outras regiões brasileiras. Entre as vantagens do manejo orgânico em comparação com o sistema convencional está a ausência de uso de produtos químicos, o que gera economia de insumos e aumenta as margens de lucro dos produtores.
Como implantar o sistema orgânico de manga
Os princípios para a implantação do sistema orgânico na produção de frutas vêm sendo desenvolvidos pela Embrapa em parceria com a empresa Bioenergia Orgânicos desde 2011. O método já foi aplicado tanto na produção de abacaxi como na de maracujá e inclui técnicas de adubação, produção de mudas, manejo de pragas, preparo do solo, bem como a escolha das variedades adequadas à região.
Preparo do solo
Para a implantação do sistema, o solo deve ser revolvido o mínimo possível. A mangueira se desenvolve melhor em solos profundos, bem-drenados e sem salinidade. A correção do solo deve ser realizada após análises química e granulométrica.
Depois, é necessário garantir a cobertura vegetal do solo para aumentar a eficiência do uso da água, diminuir a erosão e a salinização, além de promover a ciclagem de nutrientes. A cobertura também deve adicionar nitrogênio e capturar o carbono do sistema, melhorando a qualidade do solo em suas características físicas, químicas e biológicas.
Pomar com diversas variedades
A utilização de uma gama de variedades de plantas melhoradas geneticamente diminui a possibilidade de prejuízos no pomar. No experimento em Lençóis, por exemplo, a Embrapa usou 23 variedades para serem avaliadas. As variedades Ubá e Palmer se adaptaram bem à região, com produção de frutos de alta qualidade.
As duas variedades possuem um tempo de produção diferente, o que aumenta a amplitude da safra. Enquanto a manga Ubá demora em torno de 120 dias desde a abertura das flores até a colheita do fruto maduro, a Palmer leva em torno de 150 dias. Essa diferença possibilita que o pico de produção possa ser estendido até quatro meses.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCIT).