Maior presença impulsiona o uso crescente de tecnologia no agronegócio brasileiro
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Cinco por cento da população rural brasileira têm menos de 30 anos de idade, de acordo com o Censo Agropecuário realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a introdução de tecnologia no agronegócio tem atraído os jovens de novo para o campo, invertendo uma tendência migratória de cinco décadas.
Entre 1960 e 2010, o êxodo rural esvaziou as áreas agrícolas. Em 50 anos, a população brasileira cresceu de 71 milhões de pessoas para 190 milhões, enquanto a zona rural perdeu 9 milhões de moradores, passando de 39 milhões para 30 milhões habitantes, o que inverteu a proporção entre moradores da cidade e do campo. Em 1960, mais da metade da população brasileira vivia na zona rural, número que foi reduzido para apenas 15% em 2010.
Os motivos para migração foram isolamento, falta de renda e assistência médica no campo, além da dificuldade de acesso a educação, como o ensino superior. Esse cenário, porém, tem se transformado com a chegada de tecnologias à zona rural, que traz também uma nova geração altamente qualificada para impulsionar a economia agrícola.
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) indicou que a idade média dos produtores brasileiros ficou em torno de 46,5 anos, caindo 3,1% entre 2013 e 2017. O resultado foi impulsionado pelo aumento da presença de jovens entre 20 anos e 35 anos, que saltou de 15% para 27%.
Se um dia a falta de oportunidades de emprego e de estudo afastou os mais novos da zona rural, a pujança econômica e a utilização de equipamentos mais sofisticados atraíram mão de obra mais qualificada para as propriedades rurais. Cidadãos com 30 anos ou menos nasceram após o surgimento da internet e são candidatos naturais às novas vagas abertas.
A chegada desse grupo ao campo acaba trazendo um ciclo benéfico para a agropecuária. Ao mesmo tempo em que os jovens modernizam as relações agrícolas e potencializam o uso da agricultura de precisão, a utilização de novas tecnologias atrai mais pessoas e ajuda a reter a população no campo.
O acesso à internet na zona rural passou de 75 mil propriedades, em 2006, para quase 1,5 milhão em 2017, segundo o IBGE. Com isso aumentou o número de soluções que puderam ser adotadas no campo. A utilização de dispositivos como GPS, sensoriamento remoto, robótica e irrigação automatizada tem revolucionado a produtividade nacional, consolidando o papel do setor na economia. Em 2019, o agronegócio respondeu por 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e funciona como um lastro para a economia do País no enfrentamento de crises econômicas globais.
Os novos equipamentos mudaram o perfil da vida e do trabalho no campo. Além de melhorar a produtividade, a qualidade dos produtos, a sustentabilidade da produção e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro, a tecnologia tornou a rotina do produtor mais simples. O trabalho braçal passou a ser realizado por máquinas, o controle da utilização de insumos e o acompanhamento do crescimento da lavoura e do rebanho se tornaram informatizados, permitindo um gerenciamento muito mais relacionado ao toque em uma tela do que ao contato com a lama.
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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea), Agência Brasil, IBGE, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA).