Uso de sensores no combate às pragas no campo

30 de maio de 2020 4 mins. de leitura
Entre as principais inovações tecnológicas para o agro, os sensores ganham destaque no monitoramento e controle de pragas

O combate às pragas no campo é um dos maiores desafios do produtor rural em qualquer tipo de lavoura. Para facilitar o monitoramento e as ações de controle, os sensores têm se mostrado uma solução eficiente e vantajosa.

Os gastos com aplicações de defensivos podem ser responsáveis pela maior parcela dos custos de produção, afetando diretamente a margem de lucro da fazenda. Para reduzir essa necessidade, alguns manejos diferenciados têm ganhado espaço no campo, como a agricultura de precisão (AP) e o manejo integrado de pragas (MIP).

Dentro desse contexto, a tecnologia é a maior aliada para o sucesso dessas modalidades. Garantir o monitoramento constante e real da saúde da lavoura ajuda na prevenção de pragas, melhoramento do solo, desenvolvimento da planta, entre outros fatores que contribuem para a maior produtividade e otimização de custos de uma fazenda.

Benefícios dos sensores na agricultura

(Fonte: Shutterstock)

O sensoriamento agrícola é importante em diversas etapas dentro da produção, da análise do solo e da vegetação, até a verificação do ponto de colheita. A tecnologia empregada nos sensores permite ao produtor conseguir enxergar mais detalhadamente a saúde de sua lavoura.

Com sistemas ópticos, térmicos ou elétricos, os sensores conseguem identificar problemas ainda no início para que as ações de remediação possam ser tomadas no momento certo, visando à produtividade e qualidade da safra. Os dispositivos podem ser instalados em drones ou até mesmo acoplados aos implementos e maquinários agrícolas.

A constatação de pragas, doenças ou deficiências nutricionais pode ser realizada de perto ou de longe pelos sensores, dependendo do tipo de tecnologia utilizada. Nas detecções por sensor térmico, por exemplo, a presença das pragas emite uma onda de calor que notifica, por meio de um software, a localização e a densidade populacional dos indivíduos.

Além disso, existem aplicativos que podem ser conectados a uma armadilha de pragas, possibilitando ao produtor fazer a aplicação de defensivos corretamente, reduzir custos e proteger o equilíbrio agroecológico da lavoura.

Sensores no Manejo Integrado de Pragas (MIP)

(Fonte: Shutterstock)

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) consiste no monitoramento constante das pragas e dos seus inimigos naturais na área, buscando restabelecer o equilíbrio entre as duas populações, a fim de reduzir as aplicações de defensivos químicos. Essa técnica tem sido utilizada com sucesso por diversos produtores brasileiros, representando uma redução significativa de até 50% no uso de agrotóxicos nas lavouras.

Um dos pilares principais para um MIP de sucesso é o monitoramento dos insetos. Para isso, o uso de sensores acoplados em maquinários agrícolas, em armadilhas ou até mesmo de forma remota pode fazer uma grande diferença nos resultados dessa estratégia.

Ao realizar a inspeção de forma automatizada, por meio de sensores, o produtor consegue otimizar seus procedimentos, reduzir a mão de obra, garantir que toda a área está sendo avaliada com eficiência e que os resultados são fiéis à realidade. Com isso, a tomada de decisões se torna mais fácil e assertiva, preservando os fundamentos ecológicos e sustentáveis do MIP.

Sensores na Agricultura de Precisão (AP)

Outra técnica que também pode estar integrada a esse modelo de manejo é a Agricultura de Precisão (AP). Esta é uma das vertentes da Agricultura Digital (AD), que visa usar a tecnologia em favor das melhorias no campo em relação à produtividade, à economia, à preservação de recursos naturais e ao uso inteligente tanto de defensivos como fertilizantes.

Dentro da agricultura de precisão o uso de sensores também é essencial para avaliar a lavoura em pequenas escalas, identificando problemas por talhão e aplicando as correções e os manejos necessários. No controle de pragas dentro da AP, por exemplo, as medidas de controle só são aplicadas onde é realmente necessário, evitando desperdícios e desequilíbrio entre os insetos, pragas e seus inimigos naturais.

Tudo isso resulta em uma agricultura mais inteligente, dinâmica e econômica. Apresentando efeitos nos custos de produção, na elevação da produtividade e na maior facilidade em combater as pragas no campo da maneira certa. Com o uso de um sistema de gestão integrado aos dispositivos de sensoriamento, o produtor poderá acompanhar a lavoura “nas palmas de suas mãos”, de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora.

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Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Embrapa.

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