A iniciativa, batizada de Slugbot, tem como objetivo fazer o monitoramento e o controle dos moluscos
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As lesmas representam um problema sério para o agronegócio, pois danificam as plantações e diminuem o valor comercial da cultura. No combate e controle a esses moluscos, diversos aditivos e agrotóxicos são utilizados para tentar minimizar os estragos causados. Nesse contexto, a tecnologia pode ajudar no controle de lesmas e, ao mesmo tempo, diminuir a aplicação dos químicos.
Pesquisadores britânicos estão desenvolvendo um sistema que usa câmeras multiespectrais, inteligência artificial, robôs e pulverização de precisão para combater as lesmas nas lavouras. A partir de agora, a tecnologia passará a ter um papel ainda mais importante nessa luta.
A iniciativa, batizada de Slugbot e resultado da união de três empresas, pretende combater até mesmo nematoides, vermes causadores de muitas doenças na plantas. Vegetais atacados por eles possuem baixo vigor e pouco desenvolvimento de suas partes aéreas, o que também compromete o valor comercial das culturas.
O projeto recebeu uma doação da Innovate UK, uma agência de incentivo à inovação do Reino Unido, para ser colocado em prática. A iniciativa Slugbot é liderada por Jenna Ross, uma engenheira agrônoma especialista em moluscos que atua no Chap, um centro de inovação agrotecnológico da Inglaterra.
Para sair do papel, esse projeto de agricultura digital será dividido em três fases; a primeira delas já está em andamento, e as próximas duas terão início em 2021.
A primeira fase da iniciativa Slugbot está em andamento agora e consiste no desenvolvimento de um recurso de detecção da lesma utilizando inteligência artificial. A ideia é usar imagens multiespectrais – imagens de um mesmo objeto, tomadas com diferentes comprimentos de ondas eletromagnéticas – para identificar os moluscos nas lavouras.
Ben Scott-Robinson, da Small Robot Company, disse estar trabalhando em conjunto com os pesquisadores para conseguir o que é chamado de assinatura multiespectral da lesma. Esse é um conjunto de características em uma imagem que vai ajudar a identificar o animal na varredura, aumentando a precisão do mecanismo coordenado pela inteligência artificial.
A segunda fase do projeto incluirá a participação de um robô batizado de Tom, que será o responsável por carregar esse mecanismo de detecção pela lavoura e ajudar a encontrar os moluscos que estiverem prejudicando a plantação. Essa etapa da iniciativa Slugbot está prevista para começar somente em 2021.
Por fim, a terceira e última fase vai se concentrar no desenvolvimento de um mecanismo de pulverização de precisão. Essa é a medida que efetivamente vai realizar o controle da população de lesmas no campo; a previsão é de que os testes tenham início no final de 2021. Ainda de acordo com Ben Scott-Robinson, a ideia é que o robô de detecção trabalhe em conjunto com um robô de pulverização.
Ao fim dos testes, os pesquisadores esperam que o mecanismo funcione da seguinte forma: o robô Tom, equipado com os sensores de detecção, vai realizar uma varredura na lavoura à procura da assinatura multiespectral da lesma. Ao encontrá-la, o sistema de pulverização vai aplicar o agrotóxico, eliminando a praga da plantação.
No futuro, o projeto pode evoluir para identificar e combater outras pragas, como a presença de nematoides nas lavouras inteligentes. Esses vermes são algumas das principais pragas em diversas culturas de sojas, cana-de-açúcar e outros cultivos. Lesmas, caracóis e nematoides causam prejuízo de milhões de dólares todos os anos.
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Fonte: Small Robot Company.
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