Estudo do Reino Unido revela como o uso do feromônio pode ser uma alternativa sustentável na agricultura ao uso de inseticida
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Um estudo feito no Brasil por especialistas da Universidade de Bath e Sussex, no Reino Unido, avaliou o funcionamento de um novo sistema para liberação lenta do feromônio de formigas em ambientes com a presença de pragas. Apesar de não ter efeitos mortais diretos para os insetos, os feromônios são capazes de atraí-los para armadilhas ou iscas que contenham inseticida.
Ao atrair os insetos para um ponto estratégico onde há insumos de controle, os produtores conseguem reduzir a necessidade de pulverizar a área como um todo, ou seja, é possível reduzir o uso de inseticida ao longo do ciclo das lavouras.
Essa menor necessidade de uso de defensivos agrícolas agrega sustentabilidade ao agronegócio, já que reduz os impactos ambientais causados pela aplicação excessiva desses produtos. Além disso, os produtores conseguem reduzir significativamente o seu custo de produção quando há a redução nas pulverizações, aumentando a rentabilidade e o lucro da produção.
As formigas-cortadeiras são espécies que causam grandes prejuízos na agricultura. De acordo com pesquisas, estima-se que esses insetos-praga geram danos que chegam a cerca de US$ 8 bilhões por ano na silvicultura de eucalipto (isso considerando apenas a produção brasileira).
O mau desempenho dos inseticidas convencionais que são usados contra esse tipo de praga gera grandes custos para os produtores, que lidam com vários desafios, como desperdício, controle ineficiente, degradação do ambiente de cultivo e desequilíbrio agroecológico da área em relação aos inimigos naturais de pragas-chave. Pensando em soluções para esse problema, os cientistas do Reino Unido coletaram o feromônio das formigas-cortadeiras através de esponjas moleculares.
Após a coleta, eles liberaram a substância lentamente com o objetivo de atrair os insetos para a armadilha com inseticida. Para determinar essa velocidade de liberação, os pesquisadores também usaram a tecnologia computacional para simular o comportamento e o movimento das moléculas dentro dos poros das esponjas moleculares.
Por meio da simulação, eles observaram que a alteração dos grupos químicos dentro da estrutura permitiu o ajuste da velocidade de liberação dos feromônios. Desse modo, tornou-se possível programar essa liberação para uma duração de vários meses, ao invés de apenas alguns dias.
Para comprovar a teoria, os pesquisadores do Reino Unido testaram a metodologia do estudo em uma plantação de eucalipto no Brasil. Essa segunda fase de testes mostrou que as esponjas moleculares carregadas de feromônio cumpriram com o seu objetivo na atração das formigas-cortadeiras para a armadilha de inseticida.
A aplicação dessa técnica nas lavouras que sofrem com o ataque de formigas pode colaborar para um sistema de agricultura de precisão mais efetivo. Afinal, ela possibilita a aplicação de soluções diretamente em pontos estratégicos, o que torna o controle mais eficiente, assertivo e econômico.
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Fonte: Agrolink.