Novo modo de cultivar mandioca dobra os resultados nas colheitas
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A Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, apresentou no início de fevereiro uma nova variedade de mandioca, chamada BRS420, que produz 51% a mais de amido. A raiz é muito utilizada em diferentes ramos da indústria, manufatura e culinária.
A nova variedade produziu 45% a mais de raízes e 51% a mais de amido ainda no primeiro ciclo. Os resultados se mantiveram bem próximos no segundo, com cerca de 46,6% de amido, por exemplo.
A planta também apresentou uma maior resistência às principais doenças da cultura, como o superalongamento e podridão radicular ou aquelas provocadas por bactérias e moscas brancas. Consequentemente, as perdas de produção diminuíram consideravelmente, fato observado por meio da comparação entre a nova cultivar e as taxas de perdas por doenças e pragas em 2019. Além disso, a BRS420 cresceu rápido, o que diminuiu a necessidade de capina e contribuiu para o controle de ervas daninhas.
A Embrapa também desenvolveu uma variedade de plantio da mandioca que ofereceu maior produtividade tanto a curto quanto a longo prazo. Basicamente, com essa cultivar — complementar à raiz BRS420 — os produtores puderam optar por fazer a colheita no primeiro ciclo (de 10 a 12 meses após o plantio ou até 24 meses depois). Isso permite o aproveitamento de melhores preços e evita possíveis prejuízos quando o mercado da mandioca não estiver favorável.
Segundo os especialistas, as colheitas vêm ultrapassando a marca de 50 a 60 toneladas por hectare nos experimentos. Em pequenas áreas, os produtores afirmaram ver um crescimento de pelo menos 50%.
As novas espécies foram desenvolvidas voltadas ao Centro-Sul principalmente, onde em torno de 80% da produção do país se concentra. Elas são ideais para o chamado Sistema de Plantio Direto.
Em relação à colheita, independentemente de seu ciclo, mostrou-se bastante favorável ao uso de tecnologias, por meio de um protótipo de máquina colhedora. Em outras palavras, a cultivar apresentou forte potencial de adaptação à máquina e também bom rendimento de colheita.
Mesmo sem o uso desses equipamentos, os quais ainda não são a realidade da maioria dos produtores, a colheita se mostrou bastante simplificada, uma vez que a disposição horizontal das raízes facilitou o arranque.
Em relação aos outros estados, como São Paulo, por exemplo, os estudos vêm demonstrando um bom resultado, porém ainda não são recomendados pelos pesquisadores, uma vez que estão em fase inicial.
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Fonte: Embrapa.