CRISPR: como a edição genética impactará a agricultura?

14 de novembro de 2019 3 mins. de leitura
Método tem potencial para transformar o futuro das plantações

CRISPR é um método de edição genética em que, resumidamente, os cientistas copiam, recortam e colam fragmentos de DNA de um organismo para alterá-lo. A técnica ainda está em desenvolvimento (e causando polêmica pelo mundo), mas uma das aplicações seria editar genes danificados ou que sofreram mutações para prevenir o surgimento de doenças e até curar problemas. No entanto, existem outras formas de o CRISPR ser útil para a humanidade.

(Foto: Shutterstock)

Cultivos editados

Segundo as previsões, a população mundial deverá chegar a 10 bilhões até 2050, o que significa que a produção de alimentos deve, no mínimo, duplicar até lá. Contudo, com as variações climáticas decorrentes do aquecimento global, a expectativa é que os cultivos sofram as consequências, com aumento de pragas e queda de produtividade. Diversos produtos podem se tornar escassos nos próximos anos, como cacau, cítricos e arroz, sem falar que cada vez restará menos espaço para a agricultura.

Teoricamente, o método CRISPR poderá ajudar na solução desses problemas; inclusive existem cientistas trabalhando na edição genética de plantas, com produtos editados já chegando aos consumidores. De acordo com as apostas, a técnica poderá ser usada para que cada pedaço de terra cultivável no planeta seja muito mais produtivo, reduzindo a necessidade de fertilizantes, tornando os cultivos mais resistentes a períodos de estiagem, ondas de calor e enchentes, para que sobrevivam à elevação do nível do mar.

(Foto: Shutterstock)

Além disso, o CRISPR poderá ser usado para que as plantas se tornem imunes a pragas e fungos que antes condenavam as plantações; com isso, os agricultores dependerão menos do uso de pesticidas.

Outra possibilidade é que a edição genética seja empregada para que os cultivos passem a absorver mais CO2, apresentem maior quantidade e variedade de nutrientes e menos alergênicos em sua composição, tenham a durabilidade estendida e produzam mais em menos espaço e com menos investimento durante o ano. Embora não tenhamos mencionado a pecuária, ela também poderia ser beneficiada com a possibilidade de a criação de rebanhos ser mais eficiente e sustentável.

É claro que, para que todas as melhorias citadas se concretizem, ainda é necessário que a técnica continue sendo desenvolvida e avance. Assim como os alimentos transgênicos foram alvo de duras críticas e baixa aceitação quando começaram a ser apresentados ao público, é certo afirmar que os produtos resultantes da edição genética terão que enfrentar situações semelhantes. Contudo, muitos estão convencidos de que o método CRISPR terá impactos extremamente positivos na agricultura nas próximas décadas.

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Fonte: The Guardian, The Scientist, Wired.

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