Créditos de carbono: pandemia atrapalha negociações - Summit Agro

Créditos de carbono: pandemia atrapalha negociações

17 de agosto de 2020 3 mins. de leitura

Plano de investimentos para agronegócio sustentável deve ter meta reduzida pela metade neste ano

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O Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2016, visava dar início às medidas de redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE) ainda em 2020. A pandemia do novo coronavírus, entretanto, pode fazer com que o governo federal tenha dificuldades para instaurar novos protocolos no agronegócio para alcançar esse objetivo.

O que são os créditos de carbono?

chaminé soltando fumaça
Dióxido de carbono é um dos gases que mais provoca o aquecimento global. (Fonte: Shutterstock)

Créditos de carbono, investimentos verdes ou até mesmo Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos pelo governo federal para uma pessoa ou empresa ativa na causa da redução de suas emissões de GEE. Para figurar entre as companhias sustentáveis, uma instituição deve adquirir um crédito de carbono para cada tonelada de dióxido de carbono lançada por ela na atmosfera.

No Brasil, algumas iniciativas privadas também têm auxiliado no processo de transformação sustentável do agronegócio, A gigante alemã Bayer, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolveu a Iniciativa Carbono Bayer visando reduzir as emissões de GEE no campo em 30% até 2030. Os produtores que aderirem às práticas com baixo impacto no clima serão recompensados com o auxílio técnico fornecido pela Bayer, além do compartilhamento de técnicas e ferramentas de manejo do carbono dentro das áreas produtivas.

Como a pandemia tem afetado a venda de créditos de carbono?

engrenagem agronegócio
Créditos de carbono podem auxiliar no barateamento de combustíveis renováveis para o futuro. (Fonte: Shutterstock)

O objetivo principal dos programas de incentivo é fazer com que os recursos provenientes da venda de combustíveis fósseis sejam revertidos no barateamento do custo de combustíveis renováveis, o que geraria um incentivo para seu uso no futuro. Entretanto, diversos produtores de combustíveis fósseis têm relatado queda considerável nas vendas de seus produtos durante a pandemia do novo coronavírus.

A meta original para a venda de créditos de carbono estabelecida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) era de 29 milhões de títulos em 2020 e 95 milhões até 2028. Após a crise, a pasta propôs reduzir a meta para 14,5 milhões de títulos no primeiro ano e 90 milhões até 2028.

Do outro lado, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) alega que uma redução tão drástica na meta pode ocasionar superoferta de títulos na Bolsa de Valores, diminuindo o preço das ações e prejudicando o objetivo final do programa.

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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e Beef Point.

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