Drones atrelados a softwares de precisão mapeam as lavouras de forma rápida e barata
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A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), que desde 1948 presta serviços de assistência técnica e extensão rural e está presente em mais de 790 cidades do Estado, caminha em direção ao uso de novas tecnologias no trabalho no campo.
Com foco na melhoria dos processos de coleta de dados referentes aos espaços, a empresa, que cultiva uma forte parceria com os setores público e privado, agora conta com o auxílio de drones. O uso dessa tecnologia facilita o trabalho dos técnicos e visa aprimorar os serviços de assistência aos produtores rurais do Estado. Os dados coletados auxiliam no levantamento de informações georreferenciadas essenciais ao estudo de ocupação do solo.
O órgão, que é vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), teve como primeira experiência o mapeamento de propriedades com certificação do programa Certifica Minas Café. Nesse trabalho inicial, em dezembro de 2019 cerca de 2,2 mil hectares foram mapeados e, ainda, foram obtidas informações precisas sobre a distribuição geográfica e o tamanho das áreas certificadas.
Segundo a Emater-MG, com os recursos dos drones – câmera fotográfica e software específico – é possível elaborar mapas em 2D e 3D e, assim, avaliar os diversos tipos de problemas no solo e nas plantações.
Por enquanto, a empresa trabalha com dois Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant) – definição oficial para drone. Para operá-los, 14 técnicos foram treinados.
O uso da ferramenta digital faz parte das ações do programa Emater 4.0, em que a empresa se insere em um cenário de inovações, a fim de acompanhar a Agricultura 4.0 e atender às demandas de uma sociedade cada vez mais conectada. Segundo Marcos Lopes, gerente da Assessoria em Gestão de Tecnologia da Informação da Emater-MG, a mudança cultural da empresa é parte desse processo, e a inovação já é um recurso indispensável no campo.
O pensamento de Lopes está alinhado ao de Gustavo Laterza, diretor-presidente da Emater-MG, que complementa ao dizer que é preciso que técnicos e produtores despertem para esse novo rumo da empresa, a fim de levar um melhor atendimento e mais conhecimento, soluções e oportunidades a produtores rurais e demais clientes.
Vale salientar que a Era 4.0 teve início com a Indústria 4.0, e sua premissa é de automatização de processos produtivos usando tecnologias digitais. A partir disso, inspirou outros setores, inclusive o agropecuário.
Além do trabalho na lavoura de café, realizado em dezembro passado, os drones da Emater-MG fizeram o mapeamento das áreas irrigáveis do Rio Paraopeba, que foi prejudicado pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
Em Montes Claros, São Gotardo e Juramento, os equipamentos mapearam áreas de recarga hídrica, a fim de identificar onde poderiam ser aplicadas técnicas de conservação de solo e água. Dessa forma, foi possível fazer a topografia da área das bacias de captação de água da chuva.
Várias são as funções que os drones podem desempenhar, tanto na agricultura quanto na pecuária. Eles podem:
A agricultura de precisão mudou o cenário agrícola e o pecuário. Como o próprio nome aponta, a precisão faz com que se consiga obter o máximo de produtividade, sem desperdício de recursos e poucas perdas. Com essas tecnologias, ficou mais fácil para o produtor acompanhar e administrar os processos produtivos, desde o plantio à colheita, e ter acesso aos melhores resultados.
Em virtude da exatidão dos dados que coleta, o drone ajuda com um diagnóstico mais claro sobre solos e plantações. Assim, o produtor pode, por exemplo, economizar em insumos, pois sabe exatamente quais são as áreas em que a aplicação é necessária.
Flexíveis e funcionais, os drones também servem para aplicar esses insumos diretamente nas áreas demarcadas e sem que haja contato do produto com o aplicador. Outro fator interessante é a otimização de tempo. Pelo alcance do equipamento, ele faz o que trabalhadores levariam um, dois ou três dias para fazer, como o monitoramento e a fiscalização de processos e da lavoura.
Baixos custos e relatórios rápidos são os principais benefícios do uso de drones na agricultura. Sem ter que desembolsar altos valores por imagens de satélite e podendo identificar e resolver problemas de forma mais rápida, o produtor rural consegue minimizar seus custos.
Fontes: Emater-MG