Blockchain e agronegócio: tecnologia a favor do agro do futuro

25 de maio de 2020 5 mins. de leitura
Com destaque para segurança e rastreabilidade, a Blockchain tem demonstrado excelentes perspectivas de uso para o agronegócio

A tecnologia Blockchain surgiu em 2008, com o propósito de ser usada para validar registros e transações. Como diferencial, as informações contidas nos blocos gerados pela Blockchain são muito seguras e invioláveis, podendo ser compartilhadas entre os participantes da rede.

Os dados são permanentes e não podem ser posteriormente alterados, ao menos que um novo registro de alteração seja feito. Desse modo, a validação das negociações se tornam totalmente transparentes e confiáveis, o que proporciona diversos benefícios para toda a cadeia produtiva: partindo de fornecedores, produtores, distribuidores, indústrias e varejistas até chegar ao consumidor final.

De acordo com Rodrigo Csizmar Borges, gerente geral da SPPYNS, “é possível impactar das mais diversas formas o agronegócio através da Blockchain, desde o modo de financiamento, da rede de pagamentos, da rastreabilidade de produtos até processos de negociação mais simples e distribuídos”.

O que é a Blockchain?

(Fonte: Shutterstock)

“Costumo dizer que qualquer um que entenda o que é um livro-razão contábil consegue entender o que é Blockchain”, explica Rodrigo. De acordo com ele, a tecnologia é basicamente “uma sequência de entradas e saídas de informações, que são acumuladas em blocos arquivados em uma rede distribuída, na qual todo esse processo de arquivamento depende de uma confirmação de todos os agentes da rede”.

“Essa é uma das principais características que fazem da Blockchain uma tecnologia tão segura”, afirma o profissional. Isso, porque um único indivíduo da rede não consegue alterar por si só as informações sem o consentimento de todos que fazem parte desse núcleo.

A Blockchain ficou famosa por seu uso na operacionalização das criptomoedas, mas sua aplicação vai muito além disso. A SPPYNS, por exemplo, lançou em outubro a plataforma TAS, que realiza a tokenização de ativos por meio dessa tecnologia. “Uma modalidade que pode quebrar paradigmas e ajudar tanto pequenos quanto médios projetos de agro a se financiarem, levantando recursos globalmente e de forma eficiente, com menos custos”, afirma Rodrigo.

O que é a tokenização de ativos?

De acordo com o general manager da SPPYNS “a tokenização de ativos é uma forma de utilizar a tecnologia Blockchain para securitizar ativos: ato que os divide em várias cotas e realiza a venda às partes interessadas. O token corresponde a uma parte do valor daquele ativo. É uma forma engenhosamente simples de reduzir a complexidade do processo de securitização”.

Para entender melhor o processo de securitizar, Rodrigo compara-o com as ações comuns da bolsa de valores: “ações nada mais são do que cotas securitizadas do capital de uma empresa. O que a tecnologia Blockchain trouxe foi uma forma menos complexa de fazer essa securitização, por meio dos tokens e de uma maneira mais barata, bem como virtualmente global, na qual qualquer um que tenha uma carteira digital e esteja em qualquer parte do mundo pode ter um token que representa uma parte de um ativo, bem ou direito. É uma forma democrática e descentralizada de securitizar ativos de forma global”.

Soluções que a Blockchain pode oferecer ao agronegócio

(Fonte: Shutterstock)

A tecnologia Blockchain tem sido cada vez mais explorada no sentido de beneficiar o agronegócio. Confira as principais soluções destacadas por Rodrigo.

Tokenização de ativos: criar tokens que representem direitos futuros de uma produção (seja de grãos, frutos, vegetais ou rebanhos).

Rastreabilidade: é possível rastrear toda a cadeia de suprimentos e saber, por exemplo, a quantidade de defensivos utilizados em uma determinada produção ou monitorá-la para certificar-se de que aquele pedaço de carne ou pacote de café tenha garantido um determinado processo desde a produção até o destino.

Serviços financeiros: hipoteticamente, uma moeda global destinada ao agronegócio que não sofre interferência brusca de outras moedas na qual aquela commodity é indexada. Assim, poderia facilitar a troca entre os players do mercado, com taxas menores, e facilitar o acesso ao crédito.

Segurança: com mais rastreabilidade, torna-se mais barato e eficiente assegurar a produção e as partes logística, documental, entre outras.

Atualmente, a SPPYNS tem um projeto em andamento ligado à área agroflorestal de produção de madeira. Este será tokenizado na Europa assim que o mercado tiver condições mais favoráveis. Outras vertentes também estão em iniciação, como a tokenização do ciclo da soja e da produção de carne.

Por fim, o objetivo é usar a tecnologia Blockchain para financiar projetos de agronegócio, facilitando processos, aumentando a competitividade e agregando um diferencial seguro e transparente ao setor.

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Fonte: Sppyns.

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