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Os agricultores já estão acostumados à rotina de fazer análises físicas e químicas do solo, que são essenciais para realizar a adubação correta e ter uma boa produtividade na lavoura. A partir de agora, com uma nova tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o BioAS, esse processo pode se tornar ainda mais preciso e eficiente por meio de uma análise biológica do solo.
Um exame de sangue do solo
Como explicam os pesquisadores da Embrapa, a nova tecnologia analisa a presença de duas enzimas, a beta–glicosidase e arilsulfatase, que são importantes para a saúde do solo e para a produtividade da lavoura. Elas atuam, respectivamente, nos ciclos do carbono e do enxofre. Grandes quantidades delas são indicadoras de uma terra saudável, sustentável e que é manejada de acordo com as boas práticas — portanto, um solo mais produtivo.
Dessa maneira, as análises feitas pela tecnologia BioAS também ajudam a observar de forma mais rápida quaisquer mudanças, positivas ou negativas, que o manejo do solo possa causar em suas características biológicas. Segundo a Embrapa, essas análises são mais sensíveis do que os indicadores químicos e físicos, funcionando como se fossem “exames de sangue do solo”, permitindo observar problemas que, de outra forma, não seriam detectáveis.
Além disso, as análises biológicas permitem o diagnóstico do solo de forma mais profunda e assertiva. Muitas vezes, amostras de solo com características químicas e físicas semelhantes têm níveis de produtividade totalmente diferentes. Segundo a Embrapa, a tecnologia BioAS possibilita o entendimento melhor do porquê isso ocorre.
Como fazer análises pela tecnologia BioAS?
O novo sistema foi lançado no final de julho e já está disponível em uma rede de laboratórios credenciados. Até o momento da publicação desta reportagem, nove laboratórios, em cinco estados do Brasil — Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná — haviam sido devidamente capacitados e credenciados pela Embrapa para fazer as análises pelo sistema BioAS. Qualquer laboratório, em todas as regiões do País, pode receber o treinamento e integrar a rede.
Fora essa especificidade em relação aos laboratórios, a análise biológica das enzimas é feita por processo muito semelhante ao das coletas de amostras já realizadas para as análises tradicionais. O solo é coletado na mesma época, após a colheita, e a maior diferença nos procedimentos é que as amostras são extraídas de uma camada entre 0 e 10 centímetros para o sistema BioAS.
Nos laboratórios, as análises são feitas de acordo com uma tabela de indicadores e parâmetros de referência atualizados periodicamente pela Embrapa, de acordo com os valores ideias para cada safra.
Por enquanto, o sistema BioAS foi disponibilizado para os produtores de grãos e fibras do Cerrado, mas a Embrapa tem planos de expandir a experiência para outras regiões e culturas, como a cana-de-açúcar, o café e as pastagens.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).