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Como o leite de vaca pode ser sustentável?

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A pecuária emite 70% do gás metano (CH4) produzido pelo Brasil, de acordo com informações do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg).

Tanto a criação de corte como a produção de leite de vaca contribuem para essas emissões, pois a ruminação dos animais produz o gás, que é liberado pela boca e narinas por meio de “arrotos”.

A fermentação entérica é a segunda maior fonte de gases do efeito estufa (GEE), ficando atrás apenas de desmatamentos e queimadas. Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indica que cada animal pode liberar 54 quilos de gases por ano, a mesma quantidade gerada por um automóvel popular ao trafegar por 3,5 mil quilômetros.

Produção de leite de vaca com sustentabilidade

Agropecuária regenerativa contribui para zerar as emissões de carbono. (Fonte: Fazenda da Toca/Reprodução)

No entanto, o agronegócio é o setor que mais contribuiu para a redução da emissão de GEE durante a vigência do Acordo de Paris. Entre os anos de 2005 e 2020, a agropecuária reduziu em 600 milhões de toneladas de carbono de emissões por ano, enquanto sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País subiu de 8,4% para 26,4%.

A Fazenda da Toca, uma propriedade da Guaraci Agropastoril com 600 vacas leiteiras e bezerros em Itirapina (SP), é um exemplo de como a produção leiteira pode adotar práticas sustentáveis. A unidade produz 4 mil litros de leite de vaca por dia e é certificada com selo de bem-estar animal, produto orgânico e carbono neutro.

Bem-estar animal

O bem-estar animal impacta diretamente na produtividade das vacas. Um animal estressado, sem conforto térmico ou até mesmo maltratado pelo peão ou perturbado por barulho tende a reduzir a produção de leite, de acordo com pesquisa da Embrapa.

Por isso, a propriedade certificada pela Certified Humane Brasil adota a prática de oferecer banhos de aspersão três vezes por dia para as vacas em lactação, bem como implantou ventiladores na sala de ordenha. Além disso, os funcionários são proibidos de gritar ou assobiar no curral e existe uma arborização que proporciona a sombra natural no pasto.

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Produção orgânica

O manejo dentro da propriedade não segue a cartilha tradicional da pecuária e visa à produção orgânica. A nutrição é garantida por um modelo de pastejo rotacionado com suplementação de silagem no inverno. O milho utilizado na ração é cultivado na própria fazenda.

Não são utilizados produtos químicos para eliminar parasitas ou fungos nos animais, bem como insetos e ervas daninhas nas pastagens nem para fertilizar as áreas cultivadas. Nesse sentido, os antibióticos também não são aplicados no rebanho. Para combater os carrapatos, uma das principais origens do prejuízo no gado, é utilizado um fungo que lida com o parasita.

Carbono neutro

Área reflorestada proporciona conforto animal e sequestro de carbono. (Fonte: Conservador da Mantiqueira/Reprodução)

Para neutralizar o carbono gerado pelos animais e produtos até a entrega no supermercado, a propriedade planta uma árvore a cada 150 litros de leite de vaca processados. A expectativa é que, em 2022, sejam plantadas 7 mil espécies nativas. A prática sustentável ganhou o selo Carbon Free, oferecido pela Iniciativa Verde.

No ano passado, foram plantadas 6,7 mil árvores, o equivalente a 1 milhão de toneladas de carbono no Conservador da Mantiqueira em Minas Gerais, uma área de 8 hectares reflorestados. O plano da unidade de conservação tem o potencial de restaurar 1,5 milhão de hectares e envolver 425 municípios.

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Fonte: Brasil Escola, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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