Ícone do site Canal Agro Estadão

Como o agronegócio pode evitar o desmatamento da Amazônia?

Oil palm trees plantation at the edge of tropical rainforest. Aerial photo from drone, showing the environmental damage caused by the palm oil industry to rain forest jungle

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

O desmatamento na Amazônia no período de agosto de 2020 a julho de 2021 foi o maior dos últimos 10 anos, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Nesses 12 meses, a área desmatada foi de 10.476 km², um número 57% maior que o registrado no período de agosto de 2019 e julho de 2020.

Quando considerado apenas julho deste ano, foram devastados 2.095 km² de floresta, uma área maior ao município de São Paulo e 80% superior do que foi registrado no mesmo mês do ano passado. Os estados que mais desmataram em julho e no acumulado dos últimos 12 meses foram, respectivamente, Pará e Amazonas.

A devastação da floresta gera preocupação porque contribui com a emissão de gases que provocam as mudanças climáticas. Além disso, o bioma é responsável por gerar as chuvas que caem em boa parte do Brasil, inclusive nas principais áreas produtoras agropecuárias do Centro-Oeste e Sudeste. Portanto, a preservação da mata é de interesse direto do agronegócio.

Cadastro positivo da agropecuária

JBS quer arrecadar R$ 1 bilhão até 2030 para preservar a floresta amazônica. (Fonte: JBS/Reprodução)

Preocupados com a preservação do bioma amazônico e a repercussão negativa internacional por conta da devastação da floresta, grandes frigoríficos têm lançado iniciativas para estimular o monitoramento de sua produção e evitar o fornecimento de gado de criadores que possam ter cometido crimes ambientais ou usado mão de obra análoga à escravidão.

A JBS, maior empresa de proteína do mundo, lançou uma plataforma que utiliza blockchain para rastrear toda a sua cadeia produtiva e criar um “cadastro positivo” até 2025. A companhia tem uma tolerância zero para a derrubada de áreas nativas e invasão de áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação ambiental.

A segunda maior companhia produtora de carnes do mundo, a Marfrig, adotou objetivos semelhantes. A empresa estendeu os seus compromissos socioambientais aos seus fornecedores. Algumas das premissas que devem ser seguidas, são o não desmatamento da fazenda após 2009, seja de forma legal ou ilegal, e a proibição de compra de produtores que estejam embargados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Leia também:

Como o agronegócio pode ajudar a preservar a Amazônia?

5 formas de acabar com o desmatamento da Amazônia

Amazônia: manejo florestal por espécie gera renda com sustentabilidade

Agronegócio integrado à floresta

Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta trazem retorno maior ao produtor que áreas utilizadas apenas para a lavoura ou pecuária. (Fonte: Embrapa/Breno Lobato/Reprodução)

A produção agropecuária pode perfeitamente conviver com a mata. Técnicas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), além de propiciar a baixa emissão de gases causadores de efeito estufa, contribuem para elevar a produtividade na propriedade. A estratégia de produção pode ser realizada em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, proporcionando benefício mútuo para todas as atividades envolvidas.

O sistema otimiza o uso da terra, reduz o uso de agroquímicos e a abertura de novas áreas para fins agropecuários. A ILPF também diversifica a produção, enquanto estimula o aumento da biodiversidade e colabora com o controle dos processos erosivos.

Integração de áreas degradadas recuperadas

App concentra informações de áreas degradadas que foram transformadas em áreas produtivas ou de conservação. (Fonte: Embrapa/Reprodução)

O novo Código Florestal prevê a recomposição da Reserva Legal em áreas degradadas. Com isso, existem muitos projetos de reflorestamento em andamento, contudo, as informações sobre a sua eficiência estão espalhadas, o que dificulta o compartilhamento de experiências entre produtores rurais.

Para superar esse obstáculo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu o aplicativo AgroTag-Veg, que integra as informações sobre o reflorestamento de áreas rurais em Rondônia à base de dados nacional. A solução facilita diagnósticos, ajuda a subsidiar políticas públicas e gera cenários e tendências.

A ferramenta contribui, ainda, para o intercâmbio de conhecimentos e a validação de tecnologias florestais que favoreçam os processos de conversão de áreas degradadas em áreas produtivas ou fornecedoras de serviços ambientais.

Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), JBS, Marfrig.

Este conteúdo foi útil para você?

155784cookie-checkComo o agronegócio pode evitar o desmatamento da Amazônia?
Sair da versão mobile