País quer aproveitar COP-27 para mostrar seu potencial na criação de energia verde
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O Brasil quer chegar à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27) com uma nova alternativa para melhorar sua imagem em relação ao meio ambiente. Grande produtor de energia limpa, o País procura meios de vender os produtos excedentes e atrair investimentos com oferta de energia verde.
Na COP-27, que ocorre entre 7 e 18 de novembro, o Brasil quer se apresentar como grande produtor de energia verde.
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que o País tem uma possibilidade de mostrar ao mundo os avanços que tem feito como produtor de energias limpas e baratas.
Segundo o ministro, com a crise energética na Europa gerada pelo confronto entre Rússia e Ucrânia, o custo de um megawatt de energia chegou a disparar de 200 euros para 1 mil euros.
Segundo a análise de Leite, com esse movimento, existe a tendência de muitas indústrias e empresas se mudarem, e o Brasil é um destino possível, já que um megawatt de energia no País custa cerca de 40 euros.
Na mesma entrevista, o ministro ressaltou a capacidade brasileira de gerar energia de fontes renováveis; atualmente, já são 21 gigawatts por hora (GW/h) gerados por energia eólica em solo. Outros 14 GW/h são produzidos por energia solar, o que equivale à produção de uma usina de Itaipu.
O ministro também falou do potencial de instalação de usinas hidrelétricas no mar e do contínuo desenvolvimento da biomassa brasileira. Além da possibilidade no recebimento de investimentos e da migração de novas indústrias para o País, a energia sustentável pode ser usada para a exportação de hidrogênio e amônia verde — termo que designa a amônia produzida a partir do hidrogênio obtido de fontes renováveis. Além da utilidade na energia, ela é empregada na fabricação de diversos produtos, desde fertilizantes agrícolas até fibras e plásticos.
O Brasil deve mandar uma comitiva para a COP-27, que organizará um estande de 300 metros quadrados em que serão apresentados cases de sucesso em relação a energias verdes, indústria e agronegócio sustentável. Com isso, o governo espera atrair novos investimentos internacionais para o País.
A expectativa é que empresas e governos estrangeiros vejam os esforços que o Brasil vem apresentando para se adequar às metas ambientais assumidas nas conferências anteriores. O País também busca remediar a imagem nociva que transmitiu ao mundo com os dados sobre desmatamentos e queimadas nos últimos anos.
Cada vez mais, novos mercados estão exigindo o compromisso com políticas ambientais para fecharem negócio, e o Brasil tem o desafio de mostrar que todo o seu potencial no agronegócio pode caminhar em conjunto com a sustentabilidade ambiental.
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Muito se fala sobre a energia verde, mas ainda existem dúvidas acerca do termo. Ele é utilizado para designar tecnicamente as tecnologias que geram energia elétrica com os menores impactos ambiental e social possível. Não existe uma maneira de gerar energia que não cause nenhum dano, mas existem maneiras de utilizar fontes renováveis com um impacto menor.
A energia hidrelétrica é um bom exemplo: o fluxo da água é renovado naturalmente, girando as turbinas que transformam isso em energia, porém a criação dos reservatórios e das estruturas causam certo impacto. Outros exemplos de energias renováveis são a eólica e a solar, que geram um impacto bem menor do que a queima de combustíveis fósseis ou nuclear.
O Brasil vem se destacando também na geração de energia por meio da biomassa, gerada pela queima de matéria-prima orgânica e que se diferencia dos combustíveis fósseis porque sua fonte é renovável e, muitas vezes, vem das sobras da agricultura. O combustível fóssil é resultado de transformações que levam milhões de anos, de forma que não podem ser renováveis durante o curso do ciclo humano na Terra.
Fonte: Agência Brasil, Gov.br, Endesa, Bluesol, Esfera Energia