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O cultivo do solo exige uma série de cuidados, mas nem sempre é fácil promover as condições adequadas para que ele se mantenha fértil. Nesse cenário, a busca por soluções para um melhor manejo da terra tornou viável a adoção da gongocompostagem no campo.
A técnica, desenvolvida em 2008 por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem contribuições importantes para a agricultura.
Ela consiste no uso de animais para a produção de um composto que torna o solo mais nutrido e, por sua vez, mais fértil. Os animais responsáveis por realizar esse trabalho são os gongolos, também conhecidos como piolho-de-cobra.
Comumente confundidos com pragas, mas que são facilmente atraídos nos dias mais úmidos, esses animais realizam uma parceria frutífera no solo.
Por meio da trituração da matéria orgânica, eles atuam facilitando o processo de decomposição realizado pelos microrganismos presentes nele.
A excelente capacidade de trituração faz os gongolos conseguirem triturar até mesmo os vegetais mais rígidos, como a cana-de-açúcar e o sabugo de milho, tornando o método alternativo mais viável do que o realizado com as minhocas tradicionais, por exemplo.
Enquanto as minhocas necessitam de alguns cuidados antes de terem contato com o solo cultivado, o produto gerado a partir da gongocompostagem pode ser utilizado em um menor intervalo e no decorrer de três anos.
Uma solução mais econômica e sustentável
Outro ponto importante é que o gongocomposto é útil tanto para promover o aumento da produção, uma vez que as espécies plantadas se desenvolvem mais rapidamente, quanto para reduzir o custo nos cuidados com o solo. Leve e de fácil transporte, ele pode ser utilizado até mesmo em mudas.
A partir de 90 dias, o processo realizado pelo piolho-de-cobra torna o substrato pronto para uso na terra. No caso de espécies mais exigentes, é recomendado aguardar um período de quatro meses para que o composto gerado seja mais benéfico, antes de ser peneirado e distribuído.
Mais eficiente do que outros métodos, a gongocompostagem apresenta outra vantagem importante: ela, por si só, dispensa a adubação do solo e até mesmo o uso de outros compostos comerciais que costumam ser empregados para o cultivo, deixando o solo rico e acelerando a produção de uma forma mais econômica.
Em outras palavras, por se tratar de um processo natural, ele não exige cuidados adicionais e também oferece mais praticidade, além de ter uma instalação fácil, em que basta colocar o gongolário em um local protegido da chuva, com sombra e que possibilite a retenção dos animais.
Apesar de não estar disponível para venda, o piolho-de-cobra pode ser encontrado facilmente tanto na área rural quanto na urbana, facilitando a implantação desse método alternativo.
Aliado de pequenos e médios produtores em busca de práticas mais econômicas, o processo se mostra eficiente na produção de alimentos em meio à demanda por uma sustentabilidade maior.