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Divulgado em 2020, o relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), que faz a análise da situação desde 1970 no Brasil, mostrou que a atividade rural foi responsável por 72% das emissões de carbono no território nacional durante 2019.
Diminuir esse índice se tornou um objetivo não só por conta do desenvolvimento sustentável, mas também para incentivar a competitividade internacional. França e Inglaterra já impuseram sanções para a importação de produtos agrícolas provenientes de áreas de desmatamento, por exemplo.
Razão das altas emissões
O alto valor de emissões de gases estufa (GEE) é associado ao setor por causa dos desmatamentos da Amazônia, que causaram 44% da geração dessas substâncias nocivas ao meio ambiente em 2019 — quando 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono (CO2) foram lançados na atmosfera brasileira.
O desmatamento é uma prática associada às atividades de mudança de uso do solo. Umas das principais técnicas para isso ainda são as queimadas, o que contribui para deteriorar todo o bioma.
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Outra questão fortemente ligada aos lançamentos de GEE são os rebanhos bovinos, que, em 2019, foram responsáveis por 28% do total da emissão brasileira. Esses animais são emissores naturais de metano, outro gás relacionado ao efeito estufa. Isso se dá por conta do sistema digestivo deles, que funciona por meio da fermentação entérica, promovendo emissões de gases.
Buscas por soluções
As áreas envolvidas no agronegócio brasileiro estão em busca de formas para neutralizar a emissão de GEE. Um exemplo são as coletâneas de pesquisas lançadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no começo de abril.
Os materiais foram feitos por 400 pesquisadores e tratam os fatores de emissão e de remoção de gases de produtos como cana-de-açúcar, grãos, pequenos ruminantes, grandes ruminantes, não ruminantes, sistemas integrados de produção e florestas plantadas. As coletâneas fazem parte de um processo que busca conscientizar a sociedade e facilitar o desenho de políticas nacionais de combate às mudanças climáticas na agropecuária.
O material divulgado trouxe animação para o agronegócio. João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirmou que o lançamento das coletâneas confirma que é possível neutralizar as emissões de GEE ligadas à agropecuária com práticas sustentáveis no campo.
Entre as principais alternativas assinaladas por Martins, estão a evolução no uso de tecnologias de baixa emissão de carbono e um processo de revisão do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.
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Fonte: CNA, Governo Federal.