Vacinação, práticas de bem-estar animal e acompanhamento veterinário são importantes para a promoção da saúde do rebanho
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A sanidade animal é estratégica para qualquer país, principalmente para os líderes de produção de alimentos, como o Brasil. As diretrizes para garantir o bem-estar das criações são definidas pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), uma entidade intergovernamental que tem como missão, entre outros objetivos, estabelecer padrões sanitários para o comércio internacional de animais e produtos de mesma origem. Além disso, a organização busca promover a transparência na situação global de doenças relacionadas ao setor.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e organismos estaduais de defesa sanitária são responsáveis por ações coordenadas com o objetivo de prevenir, fiscalizar, controlar e erradicar doenças dos animais economicamente viáveis, terrestres e aquáticos. Um dos objetivos do trabalho dos órgãos públicos é orientar os pecuaristas para que suas criações alcancem certificados para acessar mercados nacionais e internacionais.
A garantia da sanidade animal depende do planejamento, da execução e da manutenção de ações para reduzir os riscos causados por agentes de naturezas física, química ou biológica para a saúde do rebanho. Para tanto, são fundamentais programas de vacinação, práticas de bem-estar, orientação e supervisão veterinária.
Pecuaristas devem investir constantemente em pesquisas, novas tecnologias e manutenção dos cuidados com a estrutura produtiva para manter a sanidade dos animais. Os processos devem ser geridos de forma eficaz para manter o foco na biossegurança. Para ter um efeito benéfico para o setor pecuário e para o País, as ações devem estar integradas em toda a cadeia produtiva.
Para garantir o bem-estar animal, uma série de ações devem ser implementadas, desde o planejamento do empreendimento, e devem ser continuadas e acompanhadas ao longo da criação dos animais. O investimento inicial é alto, mas traz um bom retorno em melhoria da quantidade e qualidade da produção, tendendo a ter um custo mais baixo no longo prazo. Além disso, garantir a saúde do rebanho abre portas de mercados nacionais e internacionais.
Os animais devem ficar em locais que promovam e preservem o conforto, com espaço suficiente para poderem se movimentar e deitar. A temperatura e a umidade devem ser adaptadas de acordo com a idade. A qualidade da água é primordial, portanto bebedouros devem estar preparados para evitar fungos. O piso não deve danificar patas e cascos, e um sistema de ventilação é importante para a renovação do ar. As instalações devem ser higienizadas com regularidade.
A nutrição oferecida para os animais impacta diretamente a qualidade do rebanho. A alimentação deve conter todos os nutrientes de que os animais precisam e ser de fácil digestão, para aumentar a eficiência alimentar. Esses cuidados promovem mais saúde para o animal, reduzindo a exposição a doenças e a necessidade de medicação.
A vacinação é um dos pontos fundamentais para manter a sanidade animal e conseguir certificação para comercialização nacional e internacional. Os órgãos de defesa sanitária mantêm calendários e fiscalizam a obrigatoriedade da aplicação das imunizações, sendo as mais comuns contra febre aftosa, brucelose e clostridioses. Animais doentes devem ser isolados e tratados.
A equipe que lida diretamente com os animais deve ser treinada e acompanhada por veterinários. Os funcionários devem conhecer as particularidades de cada espécie e boas práticas de manejo, estando sempre prontos para agir com eficiência. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferecem cursos a distância de sanidade animal, além de promoverem encontros presenciais.
Um sistema de controle para acompanhamento da sanidade animal é importante para evitar os riscos sanitários envolvidos nas criações. Existem várias ferramentas que ajudam na produção de alimentos seguros, como boas práticas de fabricação, procedimento padrão de higiene operacional, procedimento operacional padrão, avaliação de riscos microbiológicos, entre outros.
A Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) permite observar cada etapa do processo e os eventuais riscos, com causas e efeitos. A norma ISO 22000, baseada da ISO 9001, específica para a gestão de segurança de alimentos, integra o sistema APPCC.
A fiscalização e o monitoramento da sanidade animal são realizados de forma constante pelos órgãos de controle, portanto, é imprescindível que a documentação sanitária do rebanho esteja atualizada em toda a cadeia pecuária, desde o nascimento e a engorda até o transporte e o abate. Os selos de inspeção dos serviços federal (S.I.F), estadual (S.I.E) e municipal (S.I.M.) atestam que o produto passou por todo processo de vistoria e está apto para o consumo.
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Fonte: Gestão Agropecuária