A expectativa do Governo Federal é de que, até 2023, o País tenha erradicado a doença
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A imunização de bovinos contra a febre aftosa é uma ação importante dentro da área da pecuária, visto que o Brasil é um dos principais produtores de carne de boi no mundo. A doença, que tem uma grande força de contágio, pode causar epidemias nas fazendas e danificar a imagem de produtores e da carne bovina brasileira.
Considerando a relevância da prevenção contra a doença, uma campanha de vacinação feita em 2018 alcançou um sucesso de quase 100% do rebanho bovino brasileiro. A cobertura foi de 98,33% dos bovinos e bubalinos, de acordo com os números publicados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O estado que atingiu o maior índice de vacinação foi o Acre (99,98%), e a menor porcentagem foi registrada na Paraíba (86,25%). Vale ressaltar que essas informações não consideram Santa Catarina, estado livre da doença desde 2000.
O processo de vacinação aconteceu em duas etapas. Segundo a Divisão de Febre Aftosa e outras Doenças Vesiculares (Difa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), uma aconteceu em maio e a outra, em novembro de 2018. Só a primeira já conseguiu atingir 197,87 milhões de animais; e a segunda pretendia atingir 100 milhões de cabeças de gado.
(Fonte: Adapec/Reprodução)
Em maio de 2018, o Brasil foi considerado oficialmente um País Livre da Febre Aftosa, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Segundo a Agência Senado, as ações e os ótimos números são graças ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA); e a expectativa do Governo Federal é de que, até 2023, o País tenha erradicado a doença.
A febre aftosa é uma doença infecciosa que atinge, principalmente, bovinos, suínos, ovinos e caprinos — cada animal de uma maneira diferente. Porém, com dois sintomas semelhantes em todos eles: febre alta e aftas na boca e na região dos pés de animais de casco fendido.
O vírus da doença é transmitido por meio de saliva, leite, fezes e fluido das vesículas de animais contaminados. Dessa forma, quando animais saudáveis entram em contato com objetos ou animais infectados, contraem a doença. Caminhões, currais, vestimentas de cuidadores e estradas podem transmitir o vírus adiante.
A febre aftosa também pode ser transmitida pelo ar, dependendo das condições climáticas da região. Os animais podem passar a doença antes mesmo de apresentar os sintomas, como ocorre no caso de uma gripe nos humanos. Os porcos são os que a transmitem com mais facilidade.
Existem sete tipos principais do vírus causador: O, A, C, SAT. 1, SAT. 2, SAT. 3 e Ásia 1. Os tipos têm subtipos, e cada um desses só pode ser diferenciado em laboratório. E, mesmo que o animal sobreviva a uma infecção do tipo O, não fica imune ao restante.
É importante isolar o animal que apresentar os sintomas da doença, sendo responsabilidade do proprietário, criador ou tratador do animal fazer contato com o serviço veterinário oficial mais próximo.
Quanto antes for identificada a doença, mais fácil é o controle e menores são os danos ao rebanho. A situação é sempre negativa para o agronegócio, visto que, quando ocorre um caso, a comunidade nacional e internacional é notificada sobre a presença da febre aftosa naquela criação — desgastando a imagem do produtor.
A doença funciona como uma gripe em humanos, portanto não tem cura e, em geral, passa naturalmente. O problema é que a chance de contágio é muito grande, fazendo com que os tratadores, de acordo com o PNEFA, optem pelo sacrifício sanitário, que provoca desastres econômicos e problemas relacionados ao bem-estar animal.
(Fonte: bovcontrol/Reprodução)
É importante o cuidado com o gado para evitar a doença. Por conta disso, o índice de vacinação próximo a 100% deve ser comemorado, e buscar a erradicação da doença é uma meta do Governo Federal. A mortalidade por febre aftosa pode não ser muito alta, mas o contágio e os danos para o agronegócio são.
Fonte: Mapa, Senado, CTP Blog