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Nas últimas semanas, o arroz ganhou espaço nos noticiários: a alta no preço do grão vem sendo percebida com preocupação por economistas e, claro, pela população, que tem nesse alimento uma das bases da alimentação cotidiana. Mas há outros produtos que também vêm sofrendo aumentos importantes.
Um deles é o algodão, que acumula um histórico recente de alta e tende agora a uma retomada em longo prazo dos padrões históricos médios. Entenda o mercado relacionado ao produto e a tendência para o próximo período.
Alta
Neste ano, a alta do algodão foi expressiva e chegou a acumular 20% em menos de 60 dias. Isso afetou o setor têxtil brasileiro, que possui relevância no PIB do País — o Brasil é o quarto maior produtor de algodão do mundo e pode melhorar essa marca. Dentro desse mercado, as fiações foram as mais atingidas e ainda sentem os efeitos da variação.
Tal qual o arroz e outros produtos que sofreram oscilações, a desvalorização do real diante do dólar está entre as principais causas do desequilíbrio no valor do algodão, que flutua em níveis regulares em período normal. A depreciação da moeda brasileira chegou a 30% em um curto período. Esse impacto é direto, uma vez que o preço da commodity é regulado internacionalmente.
Além disso, o preço sofreu influência em razão da pandemia; inicialmente, algumas tecelagens precisaram fechar e tiveram o estoque desabastecido no retorno. No momento posterior, o algodão ficou escasso e foi “disputado” por empresas do setor, o que manteve o produto em nível elevado por mais tempo.
Ao longo de setembro, o preço do algodão caiu gradativamente, mas ainda está elevado em comparação ao custo percebido antes do histórico de alta. A tendência é de que o valor se mantenha alto durante alguns meses, até que se normalize.
Impacto
Apesar da relevância do aumento, o consumidor final não chegou a ser afetado de forma significativa. Há uma longa cadeia entre as fiações e as lojas que vendem roupas ao consumidor final, e o impacto do aumento do produto foi amortizado pelas empresas das diferentes etapas produtivas da indústria têxtil.
Por isso, em vez do consumidor, quem vem pagando essa conta é o setor produtivo do algodão, que não se restringe à indústria têxtil. Alimentos e combustíveis também são feitos com o produto, a exemplo do óleo de algodão, usado na cozinha doméstica.
Mesmo com o preço se estabilizando nos próximos meses, o cenário deve seguir tenso para esses ramos. Segundo o Radar Agro da Diretoria de Agronegócio do Itaú, publicado no fim de setembro deste ano, estima-se que a taxa de desemprego em 2021 se mantenha na média de 16,3% — taxa superior aos atuais 13%.
Com um mercado desaquecido e famílias com menor poder aquisitivo, a recuperação do setor tende a ser lenta. A exportação pode ser uma forma de negociar o produto em valores mais interessantes, mas o produto bruto tem um teto — é desvalorizado em relação a industrializados, que possuem valor agregado maior —, e o Brasil ainda é deficiente no processamento tecnológico do algodão.
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Fonte: Radar Agro, Reconta Aí e Summit Agro.