Casos de peste suína são registrados no Brasil: quais os riscos? - Summit Agro

Casos de peste suína são registrados no Brasil: quais os riscos?

15 de outubro de 2021 4 mins. de leitura

Foco da doença foi encontrado em uma pequena fazenda de Marco (CE), mas já está sob controle e não oferece risco à saúde humana

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No início da semana, o Ministério da Agricultura notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) sobre casos de peste suína clássica (PSC) aqui no Brasil. O foco da doença foi registrado em uma pequena fazenda que cria suínos para subsistência na cidade de Marco, no interior do Ceará, a cerca de três horas de Fortaleza.

Os sintomas foram identificados em nove animais durante uma visita de rotina de veterinários da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri). Oito animais morreram em decorrência da peste suína — que tem alta taxa de mortalidade, especialmente em animais jovens — e um nono precisou ser sacrificado. 

Foco de PSC foi encontrado em Marco por agentes de defesa agropecuária do Ceará. (Imagem: Governo do Ceará/Reprodução)
Foco de PSC foi encontrado em Marco por agentes de defesa agropecuária do Ceará. (Imagem: Governo do Ceará/Reprodução)

Afinal, o que é a peste suína clássica (PSC)?

A doença, geralmente fatal para os animais, é transmitida facilmente por um vírus que se espalha tanto de forma direta (contato entre animais, secreções e excreções) quanto indireta (água, alimentos ou equipamentos). Ainda assim, a PSC não oferece qualquer risco para a saúde humana ou de outros animais, além dos suínos.

Mas apesar de ser causada por um vírus e ter o nome “peste suína”, é importante diferenciar a doença registrada no Ceará da peste suína africana (PSA), que tem causado enormes prejuízos em todo o mundo, especialmente na Ásia. A PSA tem sintomas semelhantes, porém é causada por outro vírus e pode ser ainda mais grave do que a PSC. Exames laboratoriais são usados para diferenciar os dois tipos de peste. 

Os sintomas incluem apatia, perda de apetite, diarreia, perda da coordenação motora, febre acima de 41°C e amontoamento de animais. Mesmo que alguns animais sobrevivam à doença, eles se tornam portadores do vírus e podem disseminá-la para outros. Por isso, é importante notificar as autoridades e controlar os focos. 

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É importante inspecionar os animais e manter os focos da doença sob controle. (Fonte: aleksandarlittlewolf/Freepik)
É importante inspecionar os animais e manter os focos da doença sob controle. (Fonte: aleksandarlittlewolf/Freepik)

Controle é essencial para evitar que a disseminação

Há 15 estados brasileiros considerados “zona livre” de peste suína clássica, sem qualquer caso da doença desde 1998. Estão nesses locais todos os estados das regiões Sul e Sudeste, além de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Acre, Bahia e Sergipe. O Ceará, onde foi registrado esse caso, não está nessa zona, assim como o Piauí, onde ocorreu um foco anterior de PSC, em 2019. Já a PSA foi erradicada no Brasil desde 1984. 

As autoridades regionais destacaram que as propriedades com suspeitas foram interditadas, para que os donos de animais sacrificados recebam indenizações e evitar que a doença se espalhe. Também salientaram que o maior grupo de risco para a peste suína é, de fato, porcos e javalis. “A PSC não traz riscos à saúde humana e nem às demais espécies de animais domésticos”, afirmou Amorim Sobreira, diretor de Inspeção e Fiscalização da Adagri.

Assim como no Ceará, todos os outros estados brasileiros têm órgãos responsáveis pela saúde animal, que devem ser notificados quando houver suspeita de peste suína e de outras doenças. A lista completa desses órgãos, bem como seus contatos, pode ser encontrada no site do Governo Federal.  

Fonte: TV Jornal Fortaleza, Governo do Ceará, Governo Federal. 

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