O sêmen do animal é utilizado para inseminações artificiais para aprimoramento do rebanho
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O crescimento da demanda por carne bovina brasileira está fazendo com que os produtores invistam mais nos gados de corte. Segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), as vendas de sêmen de boi aumentaram 18% de 2018 para 2019.
A maior parte dos investimentos está sendo feita em raças nobres. Ainda de acordo com dados da Asbia, a compra de material genético de algumas raças de corte teve forte aumento no mercado, como nelore, brahman, angus e brangus. O crescimento de vendas dessas raças foi de 27,9%, com 3,76 milhões de doses de sêmen comercializadas em 2019.
O investimento no sêmen bovino visa a um melhoramento genético das raças de corte, já que a inseminação artificial com material genético de raças nobres valoriza a qualidade da carne. E o aumento do preço do produto é uma causa intrínseca para o investimento, pois é necessário manter a qualidade alta para conseguir vencer a concorrência e, ao mesmo tempo, ter a possibilidade de cobrar um alto valor pelo produto.
O melhoramento genético também faz com que o gado produza mais leite ou ganhe mais carne, mantendo o mesmo nível de alimentação do rebanho. Os animais se tornam mais saudáveis e resistentes às doenças, o que gera menor gasto com medicamentos e ações médicas.
Em entrevista concedida para o site da associação, o presidente da Asbia, Márcio Nery Magalhães Júnior, afirmou que essas ações reduzem o custo e aumentam a produtividade do gado: “o criador realmente acordou para o impacto da genética dentro do negócio dele — não só no aumento da produtividade mas também na redução dos custos na fazenda. A genética consegue atuar nas duas pontas”.
Tudo indica que a alta tecnologia genética chegou para ficar no ramo. Os consumidores querem carnes de melhor qualidade, e o melhoramento genético permite que o produtor forneça isso ao mercado. Esse novo patamar de qualidade e importância nasce de programas para a conscientização de que o mercado externo exige melhores condições de carne e carcaça. Dessa forma, os fatores que causam o destaque do sêmen de boi no mercado são a atração dos produtores rurais pela ideia, a alta demanda da carne bovina brasileira no exterior e a consolidação no mercado.
China, Europa e vários outros países estão comprando em alta demanda as carnes nacionais. A expectativa é que, com essa evolução na qualidade, o crescimento seja ainda maior. Mas não é só a carne brasileira que está em alta, já que a exportação do sêmen de boi também cresceu bastante. Em uma comparação de janeiro a setembro de 2018, o número de vendas de doses do material cresceu 30,3% em 2019; mas os valores variam conforme o objetivo: no investimento na pecuária leiteira, o crescimento foi de 40%; na área do corte, foi de 22,6%.
Segundo Magalhães, os principais clientes brasileiros estão na América Central e na América do Sul. A Asbia indica que as doses sêmen custam R$ 25 para as raças de corte e de R$ 30 para as raças leiteiras.
A atenção no aprimoramento genético por meio da inseminação artificial deve ser uma tendência ainda maior neste ano. Segundo Magalhães, visando aumentar a qualidade das carnes de corte e da produção de leite, a expectativa é de 22 milhões de doses de sêmen de boi comercializadas, número que inclui vendas diretas para clientes, exportações e prestação de serviços.
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Fontes: Estadão; Asbia