As vantagens do uso de biofungicidas

27 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
Como a própria natureza pode trazer soluções a produtores e consumidores

Não é de hoje que os agricultores vêm buscando ferramentas para lidar com as situações adversas que ocorrem no campo, principalmente quando o assunto é controle de pragas. As diversas doenças que atacam as plantações acabam matando ou condenando toda uma colheita, sendo um enorme prejuízo para o produtor e para a população, que sofre com a falta de oferta. Portanto, conseguir minimizar ou acabar com esses agentes é um ponto de extrema importância para que haja aumento na produção.

Além disso, as pessoas têm procurado consumir alimentos de qualidade, fazendo com que a busca por produtos mais frescos aumente e consequentemente a necessidade de produção sem agentes nocivos à saúde seja o maior objetivo. Pensando em resolver esses fatores, vem crescendo no Brasil e no mundo o uso de biofungicidas, uma maneira mais eficaz e saudável de combater a proliferação de pragas. Tal prática apresenta uma forma benéfica de tratar as doenças patogênicas das plantas e vem se mostrando uma nova saída para os produtores conseguirem salvar suas plantações.

(Fonte: Shutterstock)

Entendendo os biofungicidas

Biofungicidas são microrganismos que atuam diretamente no patógeno das plantas, fazendo com que estes não consigam se desenvolver. Pode-se dizer que é uma batalha entre fungos do bem contra fungos do mal. O que ocorre é que fungos e bactérias são postos em contato com o fungo patogênico que está atacando a planta e começam a produzir metabólitos que têm ação antifúngica, funcionando como uma espécie de inseticida natural.

Há uma série de formas de atuação de um biofungicida para enfraquecer o patógeno. Em alguns casos, o agente produz substâncias que impedem a proliferação do organismo nocivo; em outros, ele estimula a própria planta a se defender dessas ameaças.

É importante lembrar que os biofungicidas são produzidos em laboratório, de maneira bem controlada, e estão em constante análise, afinal são derivados de fungos nocivos às pessoas. O seu desenvolvimento se dá a partir da retirada de esporos de algum fungo que terá aplicação específica em determinadas pragas. Por isso, seu estudo é sempre bem meticuloso e todas as suas reações precisam ser compreendidas antes de o produto ser disponibilizado para venda.

O seu manuseio é muito fácil, já que segue as práticas tradicionais, como a pulverização — e é óbvio que é preciso usar todo o equipamento necessário que a aplicação de qualquer produto defensivo requer. Além disso, há produtores com maiores recursos que já fazem uso de drones para alcançar grandes distâncias e fazer uma cobertura mais completa das áreas.

(Fonte: Shutterstock)

Quais são as vantagens?

A principal vantagem é a diminuição da utilização de defensivos sintéticos que acabam, na tentativa de eliminar pragas, enchendo as plantas de elementos químicos que podem ser prejudiciais à saúde. Ao utilizar microrganismos selecionados, o produtor permite que a própria natureza dê conta de encontrar uma solução para o problema. Dessa maneira, a plantação cresce mais saudável e com maior qualidade.

Outro ponto a favor é a possibilidade de aumentar a renda do agricultor, já que ele tem maior produtividade e menor desperdício, podendo estar em melhores condições para concorrer no mercado. Com o crescimento populacional e a gigantesca necessidade de suprir esse aumento, a agricultura obrigatoriamente precisa produzir a passos largos com mais eficácia e rapidez. Conseguir monitorar essa produção, principalmente com o controle de pragas, é o caminho que vai diferenciar os verdadeiros produtores daqueles que sucumbirão frente ao mercado.

Soma-se a essas questões o fato de a sociedade ter começado a prestar mais atenção à forma como o alimento é produzido. Vem crescendo nas pessoas o desejo (e a necessidade) de ter um mundo mais sustentável, e essa tendência pede que existam formas mais naturais de produção. A utilização de biofungicidas traz uma possibilidade de causar menos estragos ao meio ambiente.

Por fim, é importante dizer que não se faz uso exclusivo de biofungicidas, até porque eles são só mais um componente para ajudar os produtores a terem safras melhores. Para uma maior eficácia no controle de pragas, o mais indicado é utilizar os biofungicidas associados a outras técnicas, como controle químico. De qualquer maneira, a redução de produtos nocivos já será maior.

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Fonte: Unicamp, Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico.

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