6 mitos e verdades sobre o uso de pesticidas

27 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
Entender o que são e como agem os pesticidas é fundamental para evitar informações duvidosas

A preocupação com o uso e os efeitos dos pesticidas, tanto em relação ao organismo humano quanto ao meio ambiente, tem gerado debates importantes e cada vez mais frequentes nos últimos anos. Por outro lado, o distanciamento da população urbana das fases de plantio e produção de alimentos, bem como a comunicação um tanto falha do setor agro acabam gerando muita desinformação e afetando a tranquilidade e o entendimento das pessoas.

Em boa parte dos casos, o temor sobre contaminação por uso de pesticidas está relacionado à falta de conhecimento sobre o que realmente são esses produtos, quais processos de segurança são adotados no desenvolvimento das substâncias ou, ainda, qual é a importância deles para a produção alimentar.

Fonte: Pexels

​Agrotóxico e pesticidas: mitos e verdades

Acompanhe algumas das informações que nem sempre condizem com a realidade sobre esse tema.

1. Tudo o que consumimos tem pesticidas

Mito. Há uma série de falhas ao se afirmar isso. O ponto principal é que nem todos os pesticidas têm como finalidade o uso em cultivos direcionados para a alimentação. Além disso, outros fatores impactam o uso ou não de um agrotóxico, como a diversidade de culturas produzidas e até mesmo as dimensões da área cultivada.

2. Não é possível reduzir ou não utilizar esses químicos

Mito. Reduzir o uso desses produtos é perfeitamente possível e pode ser feito por meio de planejamento e medidas testadas para o controle de pragas no momento certo do cultivo. Também é possível aplicar técnicas como controle biológico, adubação verde, rotação de culturas e indução de resistência nas plantações. Esses métodos, inclusive, têm mostrado resultados excelentes.

3. Causam malformação e câncer

Depende. De fato, produtos químicos e com altos níveis de toxicidade podem causar diversos problemas de saúde. Um dos casos mais recentes envolveu a Bayer, que foi obrigada pela justiça norte-americana a indenizar em 2 bilhões de dólares um casal que afirmou ter desenvolvido câncer.

Por outro lado, há o fator fiscalização, e isso diz respeito ao trabalho das autoridades competentes para coibir qualquer ação que possa colocar em risco a população. Ou seja, quando algum problema surge, normalmente está relacionado a falhas por parte das entidades que não fiscalizam como deveriam, abrindo caminho para que tanto os fabricantes como os grandes produtores se desviem das leis.

No mais, é preciso sempre ter em mente que todos os produtos destinados para combate e controle de pragas são submetidos a rigorosos testes de qualidade. Caso não sejam aprovados em uma fase, são imediatamente descartados.

4. Pesticidas prejudicam o meio ambiente

Verdade. O uso indiscriminado e em larga escala tem afetado profundamente a biodiversidade de muitas regiões. Entre os pontos críticos estão a diminuição de microrganismos que beneficiam o solo, insetos polinizadores e até inimigos naturais que atuam diretamente no controle de pragas.

Mesmo considerando que todos os produtores usassem corretamente esses itens e adotassem medidas preventivas e cuidados técnicos, alguns impactos ainda aconteceriam, mas de forma muito menos prejudicial. Os problemas ao meio ambiente ainda são agravados com o uso de modalidades proibidas, como aplicações de produtos não liberados com aeronaves; bem como produtos falsificados e contrabandeados.

5. Contaminam o leite materno, causando problemas na amamentação

Mito. Até hoje nenhum estudo científico comprovou existir relação ou presença de resíduos de alguma substância relacionada a pesticidas no leite materno ou de problemas causados em crianças.

6. Contaminam águas subterrâneas

Verdade. Diversos estudos já comprovaram a presença de alguns pesticidas em fontes subterrâneas e outros tipos de corpos de água. Vale lembrar que essa situação de contaminação geralmente está ligada à falta da aplicação correta das normas de utilização dos químicos. Se as diretrizes não forem seguidas e, pior, forem associadas ao uso indiscriminado de qualquer tipo de agrotóxico, as probabilidades de que complicações sejam causadas ao meio ambiente (e à saúde humana) aumentam significativamente.

Sem dúvidas, existe muita informação duvidosa sobre a contaminação da água por pesticidas circulando atualmente. Conscientização e responsabilidade de quem usa e fabrica esses produtos, fiscalização mais eficiente, transparência nos processos de uso e comunicação mais aberta com a população são alguns dos caminhos apontados por especialistas para minimizar o poder das fake news e levar tranquilidade para a população em geral.

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Fonte: Aegro, Hortifruti Saber & Saúde.

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