Trigo: falta de oferta e alta do dólar elevam preço no mercado interno

10 de agosto de 2020 3 mins. de leitura
Mesmo com aumento nas safras de trigo para o segundo semestre, Brasil deve continuar dependente de importações
Quer impulsionar seus negócios? Se inscreva no Summit Agronegócio, evento que reúne os maiores especialistas em agro do País. *** O mercado brasileiro de trigo tem observado uma constante elevação dos preços de venda em diversas regiões do país, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). O levantamento mostrou que os principais motivos para as mudanças regionais na cotação do trigo envolvem a baixa oferta doméstica do cereal e a alta no dólar. Com consumo anual girando em torno de 12,5 milhões de toneladas, o Brasil depende fortemente das importações do cereal para atender à demanda interna. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o trigo tem composto cada vez mais a dieta alimentar das famílias e é um dos produtos estratégicos para combater a fome no mundo.

Qual é o impacto do dólar no preço do trigo?

Valorização do dólar ante ao real aumenta os preços para importações brasileiras (Fonte: Shutterstock)
Valorização do dólar em relação ao real aumenta os preços para importações brasileiras. (Fonte: Shutterstock)
A valorização da moeda norte-americana é um dos fatores que acabam desequilibrando os preços do mercado interno. Com forte dependência das importações do produto, o Brasil perde poder de barganha no exterior e acaba tendo que pagar mais por novas safras, refletindo no valor final para o consumidor. Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul foram alguns dos estados que observaram um aumento nos preços no mercado de lotes (negociações entre empresas) entre 10 e 17 de julho — 1,92%, 0,23% e 0,11% respectivamente. De acordo com o Cepea, alguns produtores fizeram uma corrente para liquidar os estoques das safras do primeiro semestre, o que acabou ocasionando a queda no mercado de balcão (cifras pagas ao produtor) em algumas regiões.

Expectativas para o segundo semestre no mercado de trigo

Argentina aparece como principal parceira comercial de trigo para 2020 (Fonte: Shutterstock)
Argentina aparece como principal parceira comercial de trigo para 2020. (Fonte: Shutterstock)
O Brasil pretende aumentar a safra de trigo de 2020/21 em 300 mil toneladas, conforme aponta o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso faria a produção alcançar a marca de 5,5 milhões de toneladas — ainda longe do requisitado pela população, cerca de 12,513 toneladas. Para suprir a demanda, portanto, o Brasil depende fortemente da compra de sementes de trigo de países como Estados Unidos, Rússia e Canadá. E a Argentina aparece como uma das principais parceiras brasileiras, visto que o acordo de livre comércio entre países do Mercosul facilita a aquisição do commodity. Em declaração para a imprensa, o gerente de produtos agropecuários da Conab, Thomé Guth, informou que o Brasil realizou importações mensais recordes em abril. Naquela época, os dados do Governo apontavam para a compra de 747,8 mil toneladas de trigo — sendo 700 mil vindas da Argentina. No mesmo período de 2019, foram 619 mil toneladas. Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, como sustentabilidade, fruticultura, seguros, SIF, agroquímicos e abastecimento. Faça parte da evolução do agro e participe do evento mais completo do setor. Para saber mais, é só clicar aqui! Fonte: Suno Research.

Este conteúdo foi útil para você?

15090cookie-checkTrigo: falta de oferta e alta do dólar elevam preço no mercado interno