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Tabaco: colheita começa, e expectativa é de boa safra

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O período de colheita de tabaco no Brasil começou no fim de outubro. A maior parte (98%) da produção dessa cultura acontece na Região Sul do País, e estima-se que nesta safra devam ser colhidas 631.651 toneladas em 273.356 hectares, em produtividade de 2.311 quilos por hectare.

Plantação de tabaco. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o plantio de tabaco deve movimentar 137.618 propriedades de agricultores familiares entre o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Apesar de significativo, o número representa queda de 6,02% em relação à safra passada, quando 146.430 famílias trabalharam na atividade.

Aumento dos preços

Ao contrário do total de produtores, o valor do produto subiu para quase todas as variedades. A comum ficou com preço médio em R$ 7,51 por quilo, em aumento de 19,4% em relação aos R$ 6,29 do quilo na safra passada. A variedade Virgínia teve aumento de 17,01%, indo de R$ 8,82 para R$ 10,32 por quilo. A variedade Burley, que havia fechado a safra 2019/2020 com preço médio de R$ 8,11 por quilo, terminou o ciclo 2020/2021 em aumento de 22,93%, com o preço médio de R$ 9,97 por quilo.

Rio Grande do Sul

O plantio de tabaco é especialmente importante para o Rio Grande do Sul, que é responsável por 45% da produção nacional e tem a cultura da planta entre as dez maiores produções, movimentando cerca de R$ 3 bilhões por ano e gerando mais de 300 mil empregos diretos e indiretos. O estado também teve redução de famílias trabalhando nesta colheita, com 2,5 mil a menos em relação à safra 2019/2020. Apesar da queda, 70.997 famílias desenvolveram a atividade.

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Dada a importância do tabaco no Rio Grande do Sul, já que o produto é o segundo mais exportado pelo estado, atrás apenas da soja, o governo se comprometeu com algumas medidas de auxílio para os produtores. O anúncio foi feito durante a 4ª Abertura Oficial da Colheita do Tabaco realizada na propriedade de Oladi e Marli Schroeder em Faxinal de Dentro, município do Vale do Sol, na região do Vale do Rio Pardo. No evento, Silvana Covatti, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), assinou um termo de cooperação técnica entre o órgão e outras entidades para auxiliar o desenvolvimento do Programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do tabaco.

Evento de abertura da colheita do tabaco no município de Vale do Sol. (Fonte: Evandro Oliveira/Divulgação SEAPDR/Reprodução)

Esse programa visa ajudar os pequenos produtores a diversificarem suas culturas com o plantio de novas sementes que garantem proteção do solo e aproveitamento do residual da adubação do tabaco, evitam a proliferação de pragas e ervas daninhas e geram renda extra. Estima-se que o rendimento adicional na região possa passar de R$ 900 milhões.

A SEAPDR também reativou a Câmara Setorial do Tabaco com a intenção de ajudar a cadeia produtiva local a buscar maiores mercados e garantir preço e qualidade dos produtos. Além disso, o governo do Rio Grande do Sul afirmou estar elaborando um programa de irrigação para garantir a produtividade dos agricultores familiares. Vale lembrar que nas últimas duas safras a Região Sul sofreu com falta de chuvas devido ao fenômeno La Niña.

Fonte: GAZ, Sinditabaco, Agro em Dia, Sementes Condor, O Ruralito, Jornal do Comércio.

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