O Summit Agronegócio 2022, realizado pelo Estadão, reuniu diversos especialistas do setor para debater temas importantes. Confira.
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Por Vinicius Galera, especial para a Agência Estado
São Paulo, 09/11/2022 – A agricultura está tão tecnificada que o desafio é ordenar todo o pacote de dados e transformar em informação. A grande questão é saber como usar essa tecnologia para a tomada de decisão. A transformação virá daí, disse o chefe de operações Brasil e América Latina da Solinftec, Emerson Crepaldi, durante o Summit Agro 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
No mercado há 15 anos, atuando em setores como os da cana, grãos e fibras, mercado florestal e hortifrútis, a agritech está implantada em 12 milhões de hectares de cana, grãos, café, citricultura e mercado florestal, atendendo tanto a grandes grupos quanto fazendas menores. Com crescimento médio de 1 milhão a 1,5 milhão de hectares por ano e tendência de chegar a 2 milhões, a Solinftec é testemunha das transformações digitais que estão mudando o perfil das fazendas.
“Somos uma grande plataforma que trabalha com a fazenda conectada a hardwares. Nosso trabalho é juntar todos os indicadores na plataforma de modo a conseguir melhorar a qualidade de aplicação e produtividade dos produtores”, disse Crepaldi. “É um grande ecossistema, de forma que o produtor consegue gerenciar todos os seus ativos e processos para ter uma agricultura mais eficiente. É a adoção de tecnologia atrelada à gestão. Com a tecnologia bem gerida, o retorno se dá em alguns meses. Isso contribui para a mudança do processo agrícola como um todo, ano a ano, safra a safra.”
Com uma linha com cerca de 25 produtos e soluções, o executivo explica que recentemente a Solinftec lançou uma plataforma de robótica que funciona como um sentinela no campo, monitorando pragas, doenças e emergências a partir de indicadores coletados 24 horas por dia nas lavouras.
Por Vinicius Galera, especial para a Agência Estado
São Paulo, 09/11/2022 – Atuando há três anos no mercado, a Bovexo é uma agritech que agrega conhecimento agronômico e zootécnico para a conversão dos dados coletados nas fazendas e ajudar na tomada de decisão dos pecuaristas. Diferentemente da agricultura, onde as plataformas agregadoras são mais difundidas, na pecuária a disseminação ainda é mais tímida. Mas o cofundador e CEO da Bovexo, Paulo Dancieri, diz que a empresa tem a capacidade de aumentar o lucro do pecuarista em até dez vezes.
“Na pecuária nós temos muitos aspectos de difícil controle como o clima, por exemplo, e precisamos tomar decisões que possam trazer lucro, coisas que muitas vezes só o ser humano não faz porque toma decisões enviesadas e acaba deixando dinheiro na mesa”, explica. “Nós temos desenvolvido algoritmos para resolver pontos críticos na produção. O que está sendo feito já na agricultura nós trouxemos para a pecuária. O que fazemos é agregar conhecimento, gerando informações que levam os produtores a terem maiores margens”, explicou o executivo durante o Summit Agro 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com Dancieri, uma pecuária mais lucrativa é automaticamente mais sustentável. “O indicador de pegada de carbono é muito relevante, nós fazemos a medição de quantos quilos de CO2 são emitidos a menos por fazer esta ou aquela dieta, por exemplo.”
O executivo diz que o desafio da pecuária é ainda maior do que o da agricultura. “Muitas vezes os pecuaristas nem sabem a dor que eles têm, então a solução nem faz sentido para eles. Quando falamos de softwares muitos acreditam que é tudo igual. Precisamos fazer um trabalho de catequização, explicar que uma coisa é o software de administração, outra é o software de especialista. Precisamos mostrar que nascemos para ajudar ele a mexer essa alavanca”, disse.
O desafio é quebrar a resistência de um produtor rural com perfil mais conservador. Por isso, ele afirma que a tecnologia precisa ser simples e amigável. Dancieri diz que a adesão dos pecuaristas à plataformas ainda é muito pequena, menos de 2% dos criadores utilizam esses softwares, em sua avaliação. “O caminho é gigantesco, mas muito promissor”.
Recentemente a Bovexo foi surpreendida pela procura do sistema financeiro. “Há o crescimento orgânico, mas o próprio ecossistema está contribuindo para a evolução gradual do desenvolvimento tecnológico.” A empresa vem firmando alianças estratégicas com empresas de insumos que já perceberam, de acordo com o executivo, que a própria tecnologia também é um insumo. “Isso permite uma ampliação da oferta para o cliente, pois as empresas são grandes aliados estratégicos.”
Por Vinicius Galera, especial para a Agência Estado
São Paulo, 09/11/2022 – A grande quantidade de softwares e plataformas para a coleta e conversão de dados disponíveis para o produtor rural tem levado as grandes fazendas a investir em especialistas em agricultura digital, pessoas capazes de interpretar as informações para a tomada de decisão, segundo o chefe de operações Brasil e América Latina da Solinftec, Emerson Crepaldi.
“É mais fácil treinar mil operadores de máquinas do que o gerente da fazenda. A grande conversão de culturas está em formar pessoas que estão olhando o dado para a tomada de decisão. Para o operador, não muda nada, fica até mais fácil. Quem está olhando para o todo tem que mudar a maneira como olha porque às vezes ele está gastando mais”, disse Crepaldi em um dos painéis de tecnologia do Summit Agron 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“As grandes fazendas estão investindo em formar especialistas internos em agricultura digital que conseguem converter os dados em resultados, pegar o dado e entregar a informação pronta”, explicou.
Segundo Crepaldi, a Solinftec também faz a consultoria digital para dar o insight agronômico operacional e ajudar na tomada de decisão. “Existe essa linha de parcerias tanto do nosso próprio time quanto de formação de pessoas para usar a tecnologia.”
A Solinftec vem investindo na formação de pessoas da base e dos produtores para que eles utilizem o máximo da tecnologia e melhore os resultados da margem de lucro e da produtividade.
Crepaldi tem notado que os produtores menores estão aderindo constante e rapidamente às tecnologias. “Esse produtor também precisa ser eficiente, então ele adota e consegue uma conversão muito rápida. Isso acelera o processo de adoção tecnológica. É uma questão de tempo para todos entrarem na tecnologia”, diz. “O Brasil pode ser fundamental nesse processo, exportando não só commodities mas tecnologia agrícola.”
O cofundador e CEO da agritech de pecuária Bovexo, Paulo Dancieri, que participou do painel, reconhece a importância das pessoas para a utilização da tecnologia, mas também para o acesso de mercado. “Sabemos que precisamos chegar nas pessoas com autoridade no local para ser o responsável pelos projetos. Nós entendemos o técnico, o consultor como um patrocinador dos projetos. É por meio de parcerias de relacionamento sinérgicos que observamos o crescimento do setor.”
Assista ao Summit Agro 2022 no link https://www.youtube.com/watch?v=Q07LR9gbr1M