Soja: como está a safra 2022/2023?

17 de fevereiro de 2023 4 mins. de leitura
Com expectativa de safra recorde, a soja brasileira se beneficia da redução de produção dos EUA e da Argentina para se consolidar como líder global

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A safra 2021/2022 de soja foi desafiadora para a agricultura brasileira, com altos custos de insumos, clima adverso, fretes caros, instabilidade na demanda chinesa e desvalorização do real. A venda do grão e dos derivados dele foi menor do que a média dos últimos cinco anos devido à quebra de safra e à diminuição de pedidos da China.

Com o fim do período de isolamento social causado pela covid-19 no gigante asiático, agricultores se preparam para retomar a comercialização da safra 2022/2023. As lavouras brasileiras começaram a ser semeadas em setembro e devem alcançar produção recorde de 150,36 milhões de toneladas, de acordo com projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No entanto, é importante acompanhar as previsões climáticas para os próximos meses, em especial quanto à permanência da influência do La Niña. A falta de umidade no Sul provocou quebra de safra, e as chuvas irregulares continuam sendo uma preocupação.

Mercado mundial da soja

Mãos de uma pessoa branca unidas segurando grãos de soja bem amarelos
Brasil expande produção de soja, enquanto principais produtores mundiais enfrentam problemas climáticos na safra. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

O Brasil é o maior produtor mundial de soja, seguido por Estados Unidos e Argentina. Juntos, os três países produzem 82% do volume global. A safra 2022/2023 será de 388 milhões de toneladas, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A Argentina e os EUA enfrentam dificuldades climáticas provocadas por uma forte seca nas principais regiões produtoras de soja, o que reduziu a área colhida e as expectativas de rendimento. Por outro lado, a produção do Brasil deverá crescer pelas condições climáticas favoráveis em maior área plantada.

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Condições climáticas para a soja

Dois homens brancos de camisa de botões, com chapéu de palha, parados lado a lado em uma plantação de soja
Chuvas em janeiro animam produtores de soja no Rio Grande do Sul. (Fonte: Carlos Corrêa da Rosa/Emater-RS/Reprodução)

A previsão indica que o fenômeno La Niña está enfraquecendo e deve acabar até o fim do verão. A análise de consenso da previsão climática mostra chance de 63% de retorno para a condição climática neutra, contra apenas 36% de possibilidade de continuidade do La Niña.

Em geral, em anos de La Niña, há redução de chuvas na Região Sul, enquanto há aumento delas nas Regiões Norte e Nordeste. Porém, é importante ressaltar que o clima no Brasil não é influenciado apenas por esse fenômeno, já que existem outros fatores que também interferem nas condições climáticas.

A região do Matopiba deverá ter chuva dentro ou abaixo da média até março, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Centro-Oeste, a chuva acumulada dos últimos meses contribui para o estabelecimento das plantações de soja. Já no Sul, as precipitações abaixo da média dos últimos meses devem continuar.

Comercialização da safra 2022/2023

A quebra de produção na Região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul, bem como a demanda por soja nos mercados interno e externo, que tem sido estável, contribui para manter os preços em níveis elevados. A China, principal importador da soja brasileira, tem seguido o ritmo de compras, o que ajuda a suportar os preços.

No entanto, a desvalorização do real em relação ao dólar tem pressionado os valores para os exportadores. A quebra de produção também tem afetado os estoques de soja no País, que estão em níveis historicamente baixos, fazendo que produtores sejam mais cautelosos nas negociações, esperando melhores oportunidades de preço.

Com a safra 2022/2023 em andamento, agricultores têm se preparado para retomar a comercialização, uma vez que o valor dos fretes tende a cair com o desafogamento do transporte. A colheita do milho safrinha está finalizada, e já se inicia o período de frete de retorno para o transporte dos insumos necessários para a semeadura da soja.

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Fonte: Notícias Agrícolas, Syngenta, Aegro, Notícias Agrícolas, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)

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