Sementes brasileiras são enviadas para banco da Noruega

9 de abril de 2020 3 mins. de leitura
Maior do mundo, banco de germoplasma norueguês armazenará amostras enviadas pela Embrapa para preservação em longo prazo

Com capacidade para armazenar 4,5 bilhões de amostras de sementes, o banco de germoplasma no arquipélago de Svalbard, no ártico norueguês, receberá uma remessa com 3.438 unidades genéticas enviadas do Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para compor o maior reservatório de sementes do mundo. Serão 3.037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas capsicum e 68 de cucurbitáceas (abóbora, moranga, melão, pepino, maxixe e melancia), que serão mantidos a -18°C.

Encravado no meio de rochas e gelo ártico, o Silo Global de Sementes de Svalbard é uma joint-venture da Noruega e da Organização das Nações Unidas (ONU) inaugurado em 2008. Apelidado de “cofre do fim do mundo”, funciona como um banco mundial de sementes e foi criado como forma de evitar a extinção de espécies vegetais em caso de catástrofes, como mudanças climáticas, guerras nucleares e quedas de asteroides.

Kerry Fowler, diretor-executivo do silo à época, declarou na inauguração do projeto que “é o plano B, a rede de segurança, a política de seguro. E sabemos que grande parte da diversidade está sendo perdida mesmo em bons bancos genéticos”.

Sementes no banco da Noruega
(Fonte: Svalbard Global Seed Vault/Riccardo Gangale)

O material enviado foi recolhido em bancos de germoplasma mantidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF), Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG), Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) e Embrapa Hortaliças (Brasília/DF).

Parceria de longa data

Não é a primeira vez que a Embrapa envia material genético para o banco da Noruega; em 2014, foram enviados 514 acessos de feijão e em 2012, 264 de milho e 541 de arroz. A iniciativa é decorrente do acordo assinado em 2008 entre a Embrapa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega.

Hermeticamente fechadas em embalagens aluminizadas e identificadas com código de barras em caixas plásticas, as amostras foram enviadas pela Embrapa pelos Correios até Oslo, capital da Noruega. De lá, seguiram até o arquipélago de Svalbard, no Círculo Polar Ártico.

Em 25 de fevereiro, as reservas serão depositadas no Banco Mundial de Sementes de Svalbard, que é aberto apenas quatro vezes por ano, em uma cerimônia com a presença da Primeira-Ministra da Noruega, Erna Solberg, delegados de vários países e representantes de bancos de germoplasma. A supervisora de Curadorias de Germoplasma Vegetal da Embrapa, Rosa Lia Barbieri, representará o Brasil e acompanhará o evento.

Embalagens das sementes enviadas à Noruega
(Fonte: José Cruz/Agência Brasil)

Barbieri é pesquisadora da Embrapa desde 2002 e neste ano assumirá — no mesmo dia do depósito das sementes — uma cadeira no Painel Consultivo Internacional (IAP, na sigla em inglês) na gestão do Banco Global de Sementes de Svalbard. A representação terá mandato de dois anos, período em que a Embrapa será a única instituição de pesquisa da América Latina presente no grupo.

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Fonte: BBC,  Embrapa. Agência Brasil

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