Safra de uva: IBGE aponta que safra 2021 superará o esperado

6 de maio de 2021 4 mins. de leitura
O clima ameno favoreceu a qualidade e a produtividade da uva, melhorando as projeções para a safra de 2021

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De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a projeção para a safra de uva de 2021 aumentou 4,9%.

Isso significa que a produção deve registrar 78,4 mil toneladas a mais do que o esperado anteriormente, totalizando uma safra de 1,7 milhão de toneladas.

Dentre os fatores principais que favoreceram o setor, podemos destacar o clima ameno, com condições ideais para o desenvolvimento da fruta. 

Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, “as condições de estiagem, combinadas com grande amplitude térmica diária, de dias quentes e noites frias, ocorridas no final da primavera e início do verão, não anteciparam o ciclo e foram muito favoráveis para a quantidade e a qualidade enológica das uvas precoces”.

IBGE prevê números recordes para safra de uva 2021 no Brasil. (Reprodução/Shutterstock)
IBGE prevê números recordes para safra de uva 2021 no Brasil. (Reprodução/Shutterstock)

Cenário da safra de uva no Brasil

A pesquisa feita pelo IBGE revelou que o Rio Grande do Sul – responsável por 56,5% da produção total de uvas no País – registrou um acréscimo de 8,5% na produção esperada, alcançando 950,2 mil toneladas.

Outras regiões produtoras de uva também esperam desfrutar desse bom desempenho de safra em 2021. Há previsão de crescimento de 15,3% para Pernambuco e 8,9% para Bahia.

As frutas produzidas nessa região do Nordeste são escoadas para o consumo de mesa, já a safra de uva do Sul do Brasil tem como destino a produção de sucos. Em comparação ao ano anterior, as parreiras apresentaram uma recuperação no fator produtivo, agregando um aumento de 18,7% na produção.

A Cooperativa Vinícola Garibaldi, por exemplo, finalizou a safra de uva 2021 comemorando a colheita superior ao esperado. Foram recebidos 30,8 milhões de quilos de uva ao final da vindima, um crescimento de 53,2% em relação à safra anterior, na qual foram recebidos 20,1 milhões de quilos de uva.

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Ano de regularização de estoques

De acordo com Evandro Bosa, gerente de assistência técnica da cooperativa, “ocorreu um período de dormência dos parreirais com bastante horas de frio, e elas conseguiram acumular bastante reservas, seguido por uma brotação uniforme e floração com pouca chuva, permitindo boa frutificação. Ao final do ciclo, as chuvas foram regulares e bem distribuídas”.

Com essas condições favoráveis, a safra de uva 2021 se destacou não só pela alta produtividade, mas também pela excelente qualidade dos frutos.

 “Os [vinhos] bases para espumantes estão muito bons, em alguns casos com até mais intensidade e frescor do que os da safra histórica do ano passado, então para as uvas mais precoces, como Chardonnay, Pinot Noir, Prosecco, Trebbiano e Malvasia, tivemos uma condição muito boa, o que leva a crer que teremos grandes espumantes e vinhos brancos para 2021”, ressaltou o enólogo Ricardo Morari.

O grande volume da safra deste ano ajudará o setor a regularizar os estoques, já que as demandas para a fruta durante a pandemia cresceram consideravelmente – na cooperativa houve um acréscimo de 35% na venda de vinho fino e de 14% na de espumante.

Com os números recordes, o setor conseguirá recompor os estoques que entram em comercialização durante o ano de 2021, além de restabelecer o estoque de passagem até a safra de 2022.

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Fonte: Jornal do Comércio. 

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