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O agronegócio passou por um ano atípico em 2020 com muitas dificuldades, mas com um saldo positivo. Apesar da pandemia, o setor não parou de funcionar e registrou safra recorde de grãos, com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário em 9% no ano passado. Para 2021, as projeções indicam que a safra deve ser ainda maior, mas o crescimento deve desacelerar.
De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento, a safra de 20/21 deverá alcançar 265,9 milhões de toneladas, um resultado 3,5% maior do que a safra 2019/2020. Enquanto isso, o PIB do agronegócio deve crescer apenas 1,5% em 2021, segundo a última revisão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os produtores rurais precisaram ficar atentos aos fatores climáticos, em especial a possível influência do La Niña ao longo do ano. Além disso, a demanda do mercado internacional por alimentos e a variação cambial deverão continuar exercendo forte influência nas lavouras brasileiras.
Confira as principais tendências do agronegócio para 2021.
Fatores climáticos
Uma estiagem atingiu boa parte das áreas produtivas brasileiras no segundo semestre de 2020. O fenômeno climático La Niña deverá ser o terceiro mais intenso dos últimos 20 anos, de acordo com a última projeção da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA — Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) e deverá ter influência no Hemisfério Sul até o final de julho.
Isso deverá causar mais estiagem no Rio Grande do Sul, mas provocar chuvas acima da média na costa do Sudeste e boa parte da região Norte. No entanto, o interior do Brasil, do oeste de Santa Catarina até o Pará, sentirá efeitos clássicos do La Niña, com precipitação abaixo da média histórica. O clima será mais chuvoso em partes do Mato Grosso, oeste e norte de Minas Gerais, Goiás, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.
Investimento em novas tecnologias
O investimento em desenvolvimento de pesquisas para novas tecnologias deve ser uma forte tendência em 2021. O Brasil tem uma agricultura de qualidade, com alta produtividade e quantidade, capaz de atender às necessidades de alimento do mundo. Entretanto, a agricultura está dividida em dois blocos, a avançada e a familiar, que carece ainda de tecnologia.
Dessa forma, instituições do setor, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), devem concentrar esforços para aumentar a assistência técnica na agricultura familiar, a fim de atualizar práticas que, do ponto de vista do conhecimento científico, já não são as mais adequadas.
Mercado internacional
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, anunciou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia está revisado, em processo de tradução, e deve ser assinado ainda em 2021. Com isso, a agropecuária brasileira terá facilidades para entrar no mercado europeu, mas deve reforçar a sua agenda de sustentabilidade.
Os produtores devem ficar atentos na relação dos Estados Unidos com a China, pois a guerra comercial entre os dois países deve ter uma trégua. De qualquer forma, o mercado chinês está passando por uma profunda transformação com o aumento do consumo de carne bovina, o que deve favorecer o agronegócio brasileiro.
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Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Consórcio New Holland, Forbes.