Pesquisa do Serasa Experian aponta que produtor rural brasileiro sofre menos do que o resto da população para pagar as dívidas
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O Serasa Experian realizou um estudo com produtores rurais de sete estados do Brasil e apontou que mais de 15% dos respondentes estão inadimplentes. Os dados mostram uma continuidade em relação ao ano anterior, e o número de endividados entre os produtores rurais é bem menor do que entre a população adulta em geral.
A pesquisa, denominada Estudo de Inadimplência do Produtor Rural, foi realizada com 95 mil produtores rurais de alguns dos principais polos agrícolas do País: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. A pesquisa mostrou que 15,8% dos entrevistados estão endividados, com uma queda de 0,1% em relação aos números de março de 2021, o que demonstra uma estabilidade dentro da margem de erro.
Os produtores rurais com a menor renda são os mais afetados pelo endividamento. Entre aqueles que ganham de R$ 2 mil a R$ 4 mil, o número de endividados fica em 19,3%; já entre os que têm faturamento mensal superior a R$ 10 mil, o número de negativados é de 12,2%.
De qualquer forma, os agricultores têm um desempenho financeiro muito melhor do que o resto da população que trabalha em outros segmentos. O número de inadimplentes da população economicamente ativa brasileira é de cerca de 40%.
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Especialistas afirmam que o momento econômico atual é delicado. O Banco Central informou que, em janeiro deste ano, os calotes cresceram 4,6% em relação aos dados do ano anterior.
Com um aumento de 600% na taxa básica de juros da economia, do Sistema Especial de Liquidação de Custódia (Selic), no último ano, podendo alcançar ainda 13% ou 14% até o final de 2022, os riscos de inadimplência ficaram ainda maiores.
A situação pode se tornar complicada para os trabalhadores do agronegócio, uma vez que diversos fatores externos têm influenciado os preços do setor. O combate entre Rússia e Ucrânia afetou diretamente o preço de algumas commodities e, consequentemente, o valor das rações para animais.
O conflito também afetou o preço do petróleo internacional e criou uma “bola de neve” nos custos de outros segmentos do setor. Além disso, a falta dos fertilizantes russos no mercado internacional elevou os preços dos insumos e deu início a uma corrida dos países em busca de novos fornecedores. O risco da falta de fertilizantes, ou os preços elevados, ainda é uma realidade que assusta a preparação das próximas safras.
O que também preocupa o setor do agronegócio é a informação, divulgada pela Administração Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA), de que o La Niña ganhou força. O órgão informou no final de abril que o fenômeno pode atravessar todo o ano de 2022 e chegar a 2023.
Caso a tendência se confirme, os cenários de chuvas abaixo da média na Região Central e na Sul do País podem se repetir. As novas previsões do tempo para o outono têm mostrado que chuvas acima da média devem ocorrer apenas nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil e, a partir de julho, geadas mais amplas são esperadas na Região Sul.
Fonte: Agência Brasil, Suisite, Jornal Contábil